Texto porLuiz Gomes Otero

The Who pega fogo em novo disco inédito

Parece incrível que a lendária banda britânica The Who tenha conseguido sobreviver e ainda produzir canções inéditas nesses tempos atuais.

O novo trabalho, intitulado apenas como Who apresenta novamente o guitarrista Pete Townshend como gênio criativo da banda, que encontra sempre na voz de Roger Daltrey o canal perfeito para suas canções.


Esses dois, aliás, são os remanescentes da formação original. O baterista Keith Moon e o baixista John Entwistle faleceram em épocas diferentes.

Zac Starkey (filho de Ringo Starr dos Beatles na bateria e ex-Oasis) e Pino Paladino (no baixo) substituíram e deram conta do recado. A banda, inclusive, tocou com essa escalação no último Rock In Rio.

O disco novo é a cara de Pete Townshend. Lembra muito o som dos anos 70, mas sem soar saudosista. Apenas uma afirmação, mostrando que este é o som que a banda sempre fez e continua a produzir em estúdio.

Comparando com Endless Wire, o último trabalho, lançado em 2006, esse atual parece menos pretensioso.

Os veteranos caíram na real e perceberam que o som deles sempre teve espaço cativo junto ao público. A repercussão positiva do show no Rock In Rio provou isso. O rock precisa ser curtido pelo público e, principalmente, por quem toca.

Sempre The Who

O vocal sempre forte de Daltrey passa uma credibilidade para as mensagens de Townshend.

A dupla explora temas como a feroz crítica para o mercado da música atual. As composições também versam sobre temas mais densos, como reencarnação e um incêndio ocorrido em um prédio na Inglaterra que abalou o povo do Reino Unido.


As faixas mais significativas são Street Song e All This Music Must Fade. Mas todo o material deles vale a audição. Vale notar que os dois veteranos músicos ingleses estão bem felizes produzindo e cantando canções novas, ao invés de investir em regravações dos antigos hits. Um exemplo que muito artista veterano (inclusive no Brasil) deveria seguir.