Texto porJuicy Santos
Santos

Rolling Stones – As pedras continuam rolando

Aclamada como a maior banda de rock de todos os tempos, os Rolling Stones são hoje uma sombra do que foram no passado. O disco mais recente é apenas uma coletânea de sucessos com somente duas faixas inéditas. E mesmo assim, eles arrastam multidões por onde quer que passem. Qual será o segredo dessa longevidade artística?

Com 50 anos completados em 2012, pelo menos para três integrantes da formação original (Charlie Watts, Mick Jagger e Keith Richards – Ron Wood entrou nos anos 70), a banda mantém a sua receita básica musical. O rock´n roll calcado no som dos pioneiros do estilo – com ênfase para Chuck Berry – com mesclas das matrizes do blues capitaneado por Muddy Waters, Elmore James e Howlin Wolf, entre outros. Assim pode ser resumida a sonoridade da banda.

50 anos dos Rolling Stones

Ao longo dos anos, a banda incorporou algumas receitas musicais. Chegou até a fazer laboratório no Brasil, pesquisando sons típicos da religião do Candomblé (o que pode ser constatado no arranjo de Simpathy For The Devil). Também fizeram canções com arranjo dançante, no melhor estilo discoteca dos anos 70 (Miss You).

Se nos anos 70 a sonoridade da banda variou um pouco, tentando se adaptar aos novos tempos que chegavam, nos anos 80 e 90, o período de intervalo dos lançamentos aumentou um pouco. Ao mesmo tempo, as turnês cresceram de forma assustadora. Hoje em dia, um show dos Stones vale muito mais do que valia nos tempos iniciais, quando se apresentavam no Marquee Club, em Londres.

O segredo talvez esteja no trabalho de marketing artístico (a marca com o nome da banda ficou cada vez mais forte e rentável) e na manutenção de sua receita musical (Os últimos discos com canções inéditas buscavam um resgate com o som do início dos anos 70) .

A verdade é que banda sempre procurou estar próxima do público, de alguma forma. Os duetos nos shows ao vivo se tornaram lendários. No último show que aconteceu em Nova York, nos Estados Unidos, eles chamaram para cantar com eles Lady Gaga e Bruce Springsteen, e mais uns  três nomes da atual geração pop. Mas a lista ao longo dos anos inclui Eric Clapton, John Lee Hooker, Dave Matthews, Guns´ n Roses, AC/DC e tantos outros que dividiram o palco com Mick Jagger e sua trupe.

Hoje em dia, os Stones são músicos sexagenários. Exigir que tenham a mesma vitalidade dos seus 30 anos de idade seria algo improvável e até cruel, apesar de eles estarem bem tanto física como artísticamente. Talvez a ideia de preservar esse legado com essas duas faixas novas na coletânea seja uma opção viável. E que eles cantem e se apresentem até quando quiserem. Jagger pode ter dado a dica no título de um hit antigo da banda: Time Is On My Side.

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Enviado por Luiz Otero