Texto porLuiz Gomes Otero

O inquieto camaleão David Bowie e sua Blackstar

Alguns artistas parecem ter alcançado o status de poder fazer o que bem entendem, sem se preocupar com tendências e modismos globalizados.

O britânico David Bowie, com 69 anos completados ontem (8 de janeiro), é uma dessas exceções. Qualquer coisa que ele produza hoje não irá interferir no que ele já fez de genial no passado.

Blackstar, seu mais recente disco, mostra muito mais do que isso.

O camaleão do rock continua inquieto e ousado, buscando sonoridades que flertam em alguns momentos com o jazz contemporâneo. tamanha a variação de ritmos e arranjos.

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A faixa título que abre o disco é longa. O vídeo também é longo e mais parece um filme futurista de ficcção científica.

É até cansativo em alguns momentos.

E mesmo assim, alcançou a incrível marca de 5 milhões de visualizações em apenas um mês!

Lazarus, o segundo single do disco, ganhou um vídeo especial de menor duração.

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O disco não é fácil de ouvir. Quem espera conferir a pegada pop de álbuns como Let´s Dance vai se decepcionar.

Mas é preciso entender que há alguns anos Bowie segue essa linha meio anticomercial, na contramão do pop de fácil audição.

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Lazarus é algo mais próximo do que conhecemos de comercial de Bowie.

Uma canção densa, provavelmente inspirada em seus fatos mais recentes, como o problema de saúde que o manteve afastado do show business por alguns anos.

Dollar Days, com um irresistível solo de sax na introdução, é outro destaque desse trabalho do Camaleão, assim como a ótima faixa I Can’t Give Everything Away, que fecha o disco.

A canção Tis a Pity She Was a Whore mostra uma pegada mais rock.

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Blackstar é, acima de tudo, um disco conceitual.

Não há uma preocupação em torná-lo um hit radiofônico. Bowie está mais interessado em produzir boa música, ainda que para isso seja preciso quebrar paradigmas ou se mostrar além do tempo em que vive, se moldando como faz um camaleão, de tempos em tempos.

Vida longa ao nosso Camaleão do Rock.

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