Texto porLuiz Gomes Otero

Krokus revive clássicos do rock

Fazer releituras exige uma boa dose de audácia e coragem. Isso porque, em quase todos os casos, o músico quer prestar tributo a algo que o emocionou no passado.

Com a banda Krokus, que tem origem na Suíça e está na estrada desde a década de 1970, não foi diferente. O mais novo CD, Big Rocks, conta com 13 regravações de canções clássicas do estilo, de várias épocas, partindo dos anos 60, onde tudo começou para os músicos.

krokus2

Atualmente, o grupo conta com Marc Storace (vocais), Chris Von Rhur (baixo), Fernando Von Arb (guitarra), Mark Kohler (guitarra), Mandy Meyer (guitarra) e Flavio Mezzodi (bateria). E os caras já são veteranos no que fazem: tocar um hard rock com bastante influência dos anos 70.

O disco abre com uma versão instrumental básica de N.I.B., do Black Sabbath, uma influência mais do que natural para os roqueiros suíços, que militam no estilo heavy metal. Depois se ouve uma boa versão de Tie Your Mother Down, do Queen, que representa a fase inicial do grupo britânico, mais centrada no rock.

krokus5

A sequência com My Generation (do The Who) e House Of The Rising Sun (que foi gravada por The Animals nos anos 60) é matadora, assim como a versão de Wild Thing (da banda Troggs, que também foi gravada por Jimi Hendrix).

Gostei também das performances em Whole Lotta Love (do Led Zeppelin) e Jumpin Jack Flash (dos Rolling Stones), que se mantiveram fiéis aos arranjos originais. De Bob Dylan, o Krokus recriou Quinn The Eskimo, canção que ganhou um arranjo mais pesado do que o original. E a fórmula acabou funcionando bem.

O vocal de Storace segue intacto apesar dos anos de estrada no rock (seu timbre vocal lembra o de Bon Scott, o primeiro vocalista da banda AC/DC). E o resto da banda cumpre seu papel com louvor em outras pérolas resgatadas, como Summetime Blues (de Eddie Cochran) e Gimme Some Lovin (da banda Spencer Davis Group), além de Rockin In The Free World (de Neil Young).

krokus6

Se esse foi um disco produzido para eles se divertirem e agradar o público, missão cumprida. Recriando esses clássicos do rock, o Krokus acabou por reciclar sua sonoridade. E pôde mostrar de onde veio a sua fonte musical, ou pelo menos uma boa parte dela.