Texto porLuiz Gomes Otero

Eric Clapton, aos 70 anos, tocando como nunca

Lembro, no início dos anos 80, de ver nas lojas um álbum duplo – era a época do vinil – gravado no Japão, chamado Just One Night.

O disco era de um guitarrista inglês, que tinha uma barba característica e usava uma Fender Stratocaster preta e branca. Alvinegra, como as cores do clube que eu torço – o Santos Futebol Clube.

O disco causou na minha adolescência um impacto muito forte. Aquele blues rock, tocado com sentimento e muita técnica, acabou me conquistando de primeira como ouvinte.

clapton2

O inglês era, na verdade, o mito Eric Clapton, que acabou de comemorar 70 anos de idade em grande estilo, com um DVD e CD gravado ao vivo no mítico Royal Albert Hall, de Londres.

Intitulado Slowhand At 70, o álbum é uma verdadeira celebração musical.

O disco reúne várias fases da carreira do mito Clapton, que chegou a ser chamado de Deus nos anos 60, na Inglaterra.

Há canções básicas como Layla (em uma bonita versão acústica, similar a do disco Unplugged MTV), Key To The Highway (do repertório do ídolo B.B. King, que faleceu recentemente), Hoochie Coochie Man (blues de Muddy Waters, outro ídolo confesso de Clapton) e I Shot The Sheriff (de Bob Marley, que ele regravou nos anos 70).

Da produção mais recente, se destaca Pretending (uma de minhas preferidas, por sinal) e Tears In Heaven (composta em homenagem ao filho Connor, que faleceu tragicamente).

clapton3

Há ainda versões de Crossroads (que ele tocou na época do Cream) e Can´t Find My Way Home (da época da banda Blind Faith), além da bela balada Wonderful Tonight, de sua carreira solo.

Enfim, um repertório que não deixa dúvidas quanto a qualidade de Mr. Slowhand. Há ainda Cocaine, do ídolo J.J. Cale, tocada e solada como nos anos 80. Sensacional.

Na banda de apoio, um time de feras experientes que conta com o baterista Steve Gadd e o baixista Nathan East, além do tecladista e vocalista Paul Carrack, que faz o solo vocal nas faixas You Are So Beautiful e na ótima e agitada jam session High Time We Went.

Visuals For Approval_Layout 1

Slowhand At 70 é um disco que me fez sentir exatamente como aquele adolescente que ouviu certa vez o álbum Just One Night.

É pura emoção e musicalidade reunidas em disco e no show.

[ytplayer video=”https://www.youtube.com/watch?v=tyw8Hg3jpoA”]

[ytplayer video=”https://www.youtube.com/watch?v=LFBgEyHIBbw”]

[ytplayer video=”https://www.youtube.com/watch?v=00YFwr8vFsg”]