Electromod, o novo disco do Cachorro Grande
Quem está acostumado com o rockzão do Cachorro Grande pode estranhar o novo álbum do Cachorro Grande.
Lançado no fim de julho, o disco mostra a banda se jogando em batidas eletrônicas, mas com as letras irônicas características da banda.
Ao dar o play e começar a ouvir a primeira faixa do álbum, você pensa “Calma ae, eu coloquei o disco certo?”. Porque, no lugar daquela bateria certeira, das guitarras e do baixo explosivo, o som é totalmente outro.
Testemunhamos um raro momento em que uma banda acaba mexendo na sua fórmula para fazer um ato de rebeldia contra si mesma, sua música e tudo que levou o nome Cachorro Grande para o alto da montanha do rock nacional.
Em “Eu Sei Que Vai Feder”, Beto Bruno canta: “Você veio aqui melar meus lances, quem convidou você? Volte já para o seu lugar, não quero mais me incomodar”.
Mas os gaúchos acabam se mostrando uma banda confortável em seu novo estilo, transitando em músicas que tem influência de Gorillaz, Chemichal Brothers e outras que se jogam de cabeça no estilo eletrônico, mas sem esquecer jamais do rock’n roll.
Na minha humilde opinião, quem é fã do Cachorro Grande vai acabar levando um baque (do mesmo modo que eu também levei) com toda essa novidade.
Electromod acaba sendo um álbum um pouco difícil de digerir. Causa estranhamento. Mas, após algumas audições, você começa a entender o que aconteceu.
Se a gente fosse fazer uma comparação e o repertório do Cachorro Grande fosse um churrasco de picanha gaúcha mal-passado, o novo álbum seria uma dieta vegetariana: no começo, é um horror, mas faz bem.
Os fãs das baladas noventistas devem curtir essa mudança.
Faixas de Electromod – Cachorro Grande:
1 – Tarântula
2 – Limpol no Astral
3 – Electromod
4 – Nem Tudo É Mais Como Era Antes
5 – Subir é Fácil, Difícil É Descer
6 – Arpoador
7 – De Longe Todo Mundo É Normal
8 – Eu Sei que Vai Feder
9 – Pandora
10 – Ben-Hur
By: Victor Persico
