David Bowie, um adeus inesperado

Mal acabei de escrever uma resenha sobre o disco mais recente de David Bowie, eis que sou surpreendido com a notícia de sua morte nesta segunda-feira, dia 11 de janeiro.

Ele acabara de completar 69 anos no último dia 8 e faleceu dois dias depois, segundo sua família, depois de lutar por 18 meses contra um câncer.

Creio que seja impossível poder resumir nesse pequeno espaço virtual a dimensão da importância de Bowie para o rock.

Foi uma personalidade inquieta, multifacetada.

Criou personagens imaginários e neles trouxe uma nova perspectiva para o rock, quando o chamado estilo glam estava em alta. Ziggy Stardust, Alladin Sane são apenas alguns deles.

Bowie também fez sucesso no cinema. Demonstrou desenvoltura na telona, seja em papéis mais densos (sua participação em Fome de Viver foi marcante), seja em filmes com apelo mais pop (como Labirinto). E conseguiu convencer como ator.

Sua obra fica para nós como uma referencial de inquietação artística. O que é mais legal é ver que a obra produzida em 1972 continua atual.

É possível ouvir iniciantes da guitarra tirando os riffs de Rebel Rebel e de Ziggy Stardust com certa frequência. E se a canção passa pelo teste do tempo, é porque veio mesmo para ficar.

Seu trabalho mais recente, Blackstar, é passível de inúmeras interpretações. Um dos músicos que o acompanhou na gravação garante que a faixa título é uma referência ao Estado Islâmico. Mas é possível imaginar que, passando por um grave problema de saúde, que Bowie quisesse abordar temas que ficavam entre a vida e a morte.

Independente de você gostar ou não de Bowie, é impossível não deixar de notar sua influência na música pop contemporânea, incluindo o rock. Ele estava sempre a frente de seu tempo. E talvez por isso é que sua obra permaneça por tanto tempo presente por aí.

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