Texto porJuicy Santos
Santos

Clapton revisita som pop em Old Sock

Acredito que seja injusto querer que certos nomes consagrados da história do rock mantenham uma produção musical em alto nível.

Os tempos atuais não são os mesmos do que os da época da juventude. E isso é um fato que precisa ser considerado.

Porém, quando o cara em questão é Eric Clapton, a coisa muda de figura. Afinal de contas, ninguém é chamado de deus por acaso nos muros de Londres, nos efervescentes anos 60.

eric clapton
Brincadeiras a parte, o disco mais recente de Mr. Slowhand (apelido dado para ele no meio artístico) chama-se Old Sock (Meia Velha).  Durante um período da carreira, nos anos 70, Clapton deixou os longos solos de lado e se enveredou por sons mais pop, influenciado principalmente pelo reggae. E isso se repete em faixas como Further On Down The Road e a energética Gotta Get Over. É rock na sua essência, mas com influências de reggae e soul.

Creio que os momentos que vão emocionar os Claptonmaníacos são as baladas Till Your Well Runs Dry, Every Little Thing e Still Got The Blues, esta última, um belo tributo ao guitarrista Gary Moore, que faleceu há alguns anos. Uma versão crua e seminal de Clapton para uma balada clássica do rock.

Em Old Sock não se ouve muito a presença do blues, um estilo que Clapton sempre fez questão de tocar em seus trabalhos. Mas há um certo clima de nostalgia. A sonoridade lembra os discos clássicos como No Reason To Cry e Another Ticket, ambos lançados em uma fase mais clean de Clapton, longe dos vícios e das loucuras do show business. As releituras de All Of Me Our Love Is Here To Stay chegam a beirar o estilo anos 40/50.

No final, o disco é bastante agradável para aqueles que não desejam ouvir novamente os selvagens solos de Layla ou de After Midnight. É um trabalho essencialmente pop, muito bem produzido e cantado por alguém que não se considera um Deus. Apenas isso.

By: Luiz Otero