Texto porLuiz Gomes Otero

Bryan Adams volta para o passado

Depois de emplacar vários hits nas paradas e cantar temas de filmes famosos no cinema, o canadense Bryan Adams sentiu vontade de olhar para o passado. Mais precisamente, para as canções que o ajudaram a moldar como um autêntico crooner. E ele conseguiu resumir essas influências em seu mais recente disco de estúdio, The Tracks of My Years, que reúne canções de várias épocas e estilos, gravadas originalmente por outros artistas e bandas.

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O fato é que chega um ponto em que o artista deseja mostrar aquilo que dá mais prazer, ao invés de simplesmente ter que produzir canções novas. E isso pode estar nas canções antigas, as mesmas que ele cantava no passado, antes da fama chegar.

O disco The Tracks Of My Years é o 20º da carreira do canadense. E conta com canções bem básicas, como Rock´n Roll Music, de Chuck Berry (que Adams resgata com o arranjo dos Beatles), e Down On The Corner, da banda Creedence Clearwater Revival (que mantém o frescor da gravação original nessa versão). C´mon Everybody, de Eddie Cochran, já era cantada nos shows ao vivo há muitos anos e era até natural a sua inclusão.

Bryan Adams

De Ray Charles, Adams relembra a balada I Can´t Stop Loving You, que ganhou uma roupagem mais folk nessa gravação. Em outra balada, do grupo vocal The Manhatans (Kiss And Say Goodbye), o canadense mostra sua competência com uma interpretação segura e honesta.

As surpresas ficaram por conta das inclusões de Lay Lady Lay, de Bob Dylan, que foge um pouco do estilo pop do canadense, e de Never My Love, da banda The Association (dos anos 60)  assim como Any Time At All, uma faixa menos conhecida do disco da trilha do primeiro filme dos Beatles (A Hard Day´s Night).

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O resultado final é positivo. Bryan Adams consegue não só convencer com o disco, como ainda brinda o público com versões interessantes de sucessos consagrados. Pode até parecer uma receita antiga,  mas funciona com eficácia quando usada  na dose correta.
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