Texto porLuiz Gomes Otero

Bossa Nova 60 anos: um banquinho, um violão e uma revolução

Um dos movimentos mais importantes da nossa música, a Bossa Nova completa 60 anos de existência em outubro de 2018.

Tomando como base o lançamento, em 1958, do compacto simples com Chega de Saudade de um lado e Bim Bom do outro, ambas interpretadas por João Gilberto, esse movimento mostrou que bastava apenas um banquinho e um violão para provocar uma verdadeira revolução na cultura musical.

O melhor da Bossa Nova 60 anos

Vamos aqui relembrar alguns personagens e canções importantes que ajudaram a eternizar esse estilo, até hoje cultuado como algo moderno e sempre atual.

A Bossa Nova renova a cada ano sem perder a sua magia.

Listamos 5 artistas (na realidade, 6) que fizeram da Bossa Nova o ícone brasileiro que ela é hoje.

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João Gilberto

Seguramente o intérprete que deu a cara definitiva da Bossa Nova.

Seu jeito de cantar, sempre com a voz baixa e acompanhado com seu violão de acordes dissonantes, virou mania nacional.

Todos queriam imitá-lo. Até o rei Roberto Carlos tentou fazer isso no início de carreira, mas sem muito sucesso. Independentemente da sua situação atual, com a saúde debilitada em função da idade avançada, ele sempre será lembrado como “o cara” da Bossa Nova.

Tom Jobim

O nosso maestro soberano, Tom é um dos gênios da nossa música. Ele ajudou a difundir a Bossa Nova como algo genuinamente brasileiro no exterior.

Até Frank Sinatra se rendeu ao talento de Tom Jobim e fez questão de gravar um disco com ele para provar isso.

Garota de Ipanema, com letra de Vinícius de Morais, já serviria para colocá-lo entre os mais importantes compositores de todos os tempos. Mas ele produziria ainda inúmeros clássicos nesse estilo.

Vinícius de Morais

O poetinha vagabundo, o diplomata intelectual que se rendeu à poesia e à música.

Suas letras geniais e inspiradas sempre encontraram parceiros perfeitos, como Tom Jobim, Baden Powell, Carlos Lyra, entre tantos outros. Porque a vida é a arte dos encontros, embora haja tantos desencontros pela vida. A benção, Vinícius.

Roberto Menescal e Ronaldo Boscoli

A dupla compôs diversos clássicos para a Bossa Nova. Um deles foi O Barquinho, ironicamente escrita depois de um final de semana de pescaria mal-sucedida, conforme relatou o próprio Menescal em uma entrevista dada na televisão. Ele, aliás, continua ativo na música, produzindo shows e discos com artistas da nova geração.

Nara Leão

Se a Bossa Nova teve sua musa, ela se chamou Nara Leão.

Com seu cabelo com penteado em estilo Chanel e sua voz doce e delicada, Nara se destacou com um tipo de interpretação que caiu como uma luva dentro do que se pretendia com a Bossa Nova. Um casamento musical perfeito.

Aqui em Santos, a Bossa Nova é tão querida que tem um festival anual só pra ela: o Rio Santos Bossa Fest.