Texto porLuiz Gomes Otero

Arctic Monkeys e a hospitalidade experimental de Tranquility Base Hotel & Casino

Há exato 1 ano – em fevereiro de 2018 -, os britânicos do Arctic Monkeys decidiram investir em um som mais experimental, fugindo um pouco do padrão pop que vinham adotando nos últimos anos.

Com o lançamento de Tranquility Base Hotel & Casino, a banda passa explorar uma sonoridade diferente. E o destaque acabou mesmo sendo o vocalista Alex Turner, que escreveu a maior parte das canções sozinho.

www.juicysantos.com.br - arctic monkeys tranquility base casino and hotel

O novo do Arctic Monkeys

O trabalho destoa um pouco daquele som que vocês se acostumaram a ouvir com os britânicos nos últimos anos.

Se ambienta em um cenário fictício imaginado por Turner, passando pela visitação da Lua como forma de alternativa para fugir da vida tranquila na Terra, entre outras sacadas viajantes.

Viagens à parte, o som da banda ficou mais cabeça. Os arranjos ficaram mais complexos, quase jazzísticos em alguns momentos. E o que há de errado nisso? Até os Beatles quiseram sofisticar suas canções usando quase todos os recursos que tinham no estúdio.

O que talvez cause estranheza para os fãs é o afastamento do som mais pop que o público vinha escutando nos últimos discos.

Essa ruptura pode ser benéfica pelo lado pessoal do artista, que faz um trabalho de acordo com a sua vontade. Mas será que o mercado fonográfico está preparado para esse tipo de mudança? Só o tempo é que poderá responder com certeza.

Ouvi o disco mais de uma vez, e gostei. Na minha opinião, os caras ousaram na dose certa. A faixa Four Out Of Five, com suas quebradas nas batidas, acabaram sendo as mais marcantes do disco.

Mas há outros momentos interessantes, como a soturna The World’s First Ever Monster Truck Front Flip e a balada Science Fiction. Esta última bem que poderia ser trilha daquele antigo seriado cult Além da Imaginação.

Se, por um lado o som da banda ficou mais cabeça, por outro lado não se pode negar que houve um cuidado bem maior com produção, classificada pelos executivos da Sony com uma obra de arte. Ainda que isso seja apenas uma jogada de marketing, vale a pena conferir esse mais recente trabalho do grupo.