Histórias Que o Rádio Não Contou, de Reynaldo Tavares

Reynaldo Tavares é uma das referências do rádio na Baixada Santista. Ele fez história na radiodifusão regional e nacional, sendo um dos fundadores da Rádio Tribuna AM em 1961 e criador do curso de radialista no Senac São Paulo no início da década de 80.

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Foto: Flickr

Seu livro Histórias Que a Rádio Não Contou – Do Galena ao Digital, Desvendando a Radiofusão no Brasil e no Mundo será relançado em Santos no dia 12 de junho (sexta-feira), às 18h30, na Concha Acústica (Praia do Gonzaga).

Essa é a terceira edição da obra que conta toda a trajetória do rádio brasileiro.

O autor estará presente para um bate-papo sobre curiosidades do tema. Em seguida, haverá apresentação do Quarteto de Cordas Martins Fontes.

Nas ondas do rádio

“Histórias Que a Rádio Não Contou” conta deliciosos detalhes sobre grandes nomes da rádio, como Roquette-Pinto, Ademar Casé, Carmen Miranda, Francisco Alves, considerado no auge como “O Rei da Voz”, o sambista Noel Rosa, entre outros.

Há também curiosidades sobre as “Rainhas do Rádio”, os programas humorísticos, as radionovelas, as cinco Copas do Mundo conquistadas pelo Brasil e a participação do país na II Guerra Mundial sob o ponto de vista radiofônico.

Mas, entre as “histórias que a rádio não contou”, a mais importante delas é a divulgação de que o inventor da rádio não foi o italiano Guglielmo Marconi, que figurou em várias enciclopédias mundiais até 1997 como o descobridor dessa maravilha tecnológica, mas o gaúcho Padre Roberto Landell de Moura, nascido em janeiro de 1861, que foi pároco de Santos durante alguns meses no ano de 1892. Perseguido, segundo o autor do livro, por Dom Duarte Leopoldo e Silva, o Padre Landell de Moura era transferido com frequência. De Santos, foi para Campinas e de lá para São Paulo, onde, em 1894, fez a primeira experiência radiofônica.

O lançamento do livro vem de encontro ao objetivo de reparar esse erro histórico, causado por uma pequena confusão: enquanto Landell de Moura conseguiu levar a voz e o som para distâncias incalculáveis, Marconi inventou a radiotelegrafia sem fio que, nada mais é, do que a transmissão em sinais extraídos do Código Morse.

Perseguido pela Igreja Católica, Landell de Moura, que teve seu laboratório destruído por paroquianos incentivados pelo clero, foi taxado como alguém que tinha pacto com o demônio, louco, bruxo, praticante do espiritismo e do candomblé. Landell não inventou apenas o rádio, mas o telefone sem fio e a ressonância magnética. Quase 100 anos depois, os inventos foram reconhecidos e o nome dele está inscrito no Panteon dos Heróis Brasileiros, em Brasília.

Santos, Hebe Camargo e a primeira emissora de TV santista

Reynaldo Tavares começou a carreira na Rádio Atlântica de Santos e, nessa terceira edição, escreveu um capítulo exclusivo sobre a cidade. A obra trata, também, da primeira emissora de televisão santista, instalada na rua José Caballero, entre 1952 a 1958, que trazia para os estúdios da rádio grandes nomes nacionais, como Hebe Camargo que, às terças, descia a Serra do Mar pelo Expresso Luxo e passava o dia inteiro na cidade para trabalhar na emissora e na rádio.

Neste capítulo, ele narra quais foram os principais radialistas de todas as rádios AM de Santos, tendo como pano de fundo a área política e falando sobre todos os prefeitos eleitos, por ordem cronológica, desde 1907 até os dias atuais. A nova edição conta com centenas de fotografias, que ilustram o texto e dois CDs, com transmissões narradas por grandes nomes da rádio.

Quem é Reynaldo Tavares

Santista, Reynaldo Castilho Tavares nasceu em 30 de junho de 1928. É bacharel em Ciências Sociais, jornalista, publicitário, radialista, escritor, pesquisador, memorialista e professor universitário na cadeira de Rádioteleeducação.

Atuou por mais de 60 anos com comunicação, tanto impressa quanto eletrônica, e implantou o “Serviço de Utilidade Pública” pelo Rádio no Estado de São Paulo e o “Rádio Laboratório”, criando oportunidades de trabalho aos estudantes de radialismo.