A surpreendente verdade sobre cerveja e mulher
Vamos começar com uma pergunta simples: em sua opinião, como deve ser uma cerveja pra mulher? Doce, leve, frutada, aromática?
A equipe da cervejaria gaúcha Perro Libre fez esse levantamento com alguns consumidores, e o resultado pode ser conferido em um vídeo genial:
[ytplayer video=”https://www.youtube.com/watch?v=0zR7vR6Xayc”]
Cada vez mais as mulheres “invadem” o universo cervejeiro. Se antes esse era um mercado predominantemente masculino, hoje ele deve ser visto com outros olhos. Pesquisas recentes mostram que nos Estados Unidos o público feminino representa 37% do consumo das cervejas artesanais, cuja produção gira em torno de 6 milhões de litros anuais.
Em 2014, no Brasil, o consumo de cerveja pelas mulheres aumentou em 33%, segundo o centro de pesquisas Latin Panel. E esse número é cada vez mais crescente ao redor de todo o mundo.
Podemos ir além e dizer, inclusive, as mulheres foram fundamentais na história da cerveja.
A mulher e a cerveja
- Na Babilônia e na Suméria, por volta do ano 4000 a.C, as mulheres cervejeiras eram consideradas pessoas especiais, com poderes quase divinos. Por conta disso, tinham grande prestígio social.
- Produzir cerveja era uma atividade caseira, assim como cozinhar. Enquanto os homens iam caçar, guerrear ou trabalhar, as mulheres ficavam encarregadas de preparar as bebidas e refeições. Os ingredientes dos pães e da cerveja eram os mesmos, tornando comum prepara-los simultaneamente.
- Até o século XVI, na região norte da Alemanha, os utensílios para produção de cerveja faziam parte do enxoval das noivas.
- A utilidade do lúpulo como conservante natural na cerveja foi descoberto pela abadessa Hildegard von Bingen, no século XII.
- Kathia Zanatta foi a primeira brasileira a receber diploma de sommelier de cerveja, em 2008, em uma das primeiras turmas do curso em Munique. Além de sommelière, Kathia é sócia do Instituto da Cerveja Brasil e CluBeer (clube de assinatura de cervejas artesanais), mestre cervejeira, professora e consultora na área e jurada de grandes concursos cervejeiros.
- Em 2013, Tatiana Spogis ajudou o Brasil a conquistar pela primeira vez um lugar no pódio do Campeonato Mundial de Beer Sommelier em Munique, na Alemanha, ocupando a terceira colocação. Tatiana é formada em análise sensorial pela Unicamp e atua no mercado cervejeiro desde 2001, tendo auxiliado na criação do Curso de Formação de Sommelier de Cervejas do Senac São Paulo.
Esses são apenas alguns exemplos que reforçam a atenção e o respeito que as mulheres merecem, sejam como profissionais, consumidoras ou companhia na mesa do bar.
Sim, na mesa do bar, porque não é feio mulher apreciar cervejas. Feio mesmo é ainda existir machismo e preconceito após tantas descobertas conquistas, evoluções e avanços.
Um brinde a todas e todos nós. Mas um brinde sem “cerveja pra mulher” ou “cerveja pra homem”: basta brindarmos com uma cerveja de verdade.
Por: Regina Santucci, do Mucha Breja