7 produtos que você encontra no Festival AfroTu
Santos não é cidade criativa da Unesco por acaso. A criatividade pulsa nas veias dessa gente empreendedora. E muitas delas, em especial as mulheres, buscam suas referências nas raízes ancestrais da região. E assim elas criam, resistem e inovam. Foi assim que surgiu o coletivo AfroTu, que já virou um exemplo de projeto que acelera a criatividade e o afroempreendedorismo na Baixada Santista.
Desde 2019, o AfroTu reúne marcas autorais, produtos artesanais, gastronomia e cultura negra. Tudo produzido de forma artesanal, com inspiração na resistência do povo negro, na ancestralidade, contemporaneidade e cultura periférica.
Além das conexões geradas pelas redes sociais e em eventos, o AfroTu tem uma feira própria e participa ativamente de outras ações impactantes de economia criativa em Santos.
A história do AfroTu
O Coletivo AfroTu nasceu em 2019, a partir da iniciativa de Luciana da Cruz. Filha de Dráuzio da Cruz, fundador da lendária Império do Samba – escola tetracampeã do estado de São Paulo e que dá nome à passarela do samba de Santos -, Luciana sempre teve a liderança como parte de sua essência.
A ideia para criar o coletivo veio da realização da 1ª Feira Afro Santos, em novembro de 2018, durante o mês da Consciência Negra. Luciana percebeu a necessidade de criar um espaço permanente para os afroempreendedores da região, que pudesse valorizar a identidade afro-brasileira e fortalecer a economia criativa local.
O AfroTu se consolidou como um importante coletivo de afroempreendedores na região, formado por artesãos, artistas e designers que trabalham a identidade negra por meio da arte, sustentabilidade e ação social.
6 anos de AfroTu com feira especial
Para celebrar os 6 anos de trajetória do coletivo, acontece nos dias 19 e 20 de julho de 2025 o 1º Festival AfroTu – Cultura, Resistência e Criatividade Negra em Movimento, na Casa da Frontaria Azulejada, no Centro Histórico. São cerca de 40 expositores nas áreas de acessórios, itens de decoração, bolsas, roupas e brinquedos, além de gastronomia.
A Casa da Frontaria Azulejada é um dos espaços culturais mais significativos de Santos, construída em 1865 pelo comendador português Manoel Joaquim Ferreira Netto. E é muito significativo que esse edifício histórico, que já pertenceu a um escravocrata, assista à ascenção dessas empreendedoras e seja o palco da estreia do Festival AfroTu.
7 produtos únicos que só tem no Festival AfroTu
Para celebrar este momento especial, Luciana apresenta uma seleção de itens incríveis pra você comprar de quem faz e prestigiar as empreendedoras do coletivo.
1. Esfoliante de Arroz da Saboaria Pérola Negra
Criado por Jaqueline Custódio, este produto delicado é composto por farinha de arroz, dolomita e óleo de coco. Um cuidado artesanal para a pele, produzido com todo o carinho da tradição familiar.
A marca já passou também pelos nossos festivais criativos no Juicyhub.
2. Brinco Resistência da Didara Acessórios
Fernanda Semedo concebeu este acessório para quem quer expressar sua postura crítica e empoderamento. Inspirado na estética afro, o brinco é feito para quem tem estilo e mostra suas origens.
3. Espelho Decorativo da Carol Francisco Artes
Produzido em MDF com tinta acrílica e caneta posca, este espelho é decorado com pontilhismo e técnicas inspiradas em tecidos e grafismos africanos. Como explica Carol, “o espelho proporciona reflexo para que possamos nos ver, encontrar nossos traços e da nossa ancestralidade”.
4. Bonecas Black Power da Eliz Feliz
As bonecas da Eliz sempre tiveram como diferencial a cor da pele preta e o black power. Agora, com turbantes, elas fazem a alegria das crianças por onde passam, representando a beleza e a diversidade.
5. Camisetas das Orixás da Costurice da Jô
Utilizando a técnica de patchwork aplicado, as camisetas reaproveitam refugos de tecido para criar imagens das orixás Oxum e Iemanjá. É “vestir identidade, fortalecer a estética negra e a identidade dos povos de terreiro, com criatividade e sustentabilidade”.
6. Bonecas Abayomi da Sandra Helena
Feitas com 6 nós e sempre em pares, as bonecas Abayomi trazem no nome em iorubá um “encontro precioso”. A ideia de fazer em pares é porque “uma fica com quem dá o presente e a outra com a criança que recebe”, simbolizando a união e a força do coletivo.
7. Qumbe da Laricone
Ellis Ramos traz esta iguaria ancestral feita com açúcar e coco, um doce que “traz em sua referência a energia da orixá Oxum”. O qumbe resgata tradições culinárias ligadas à ancestralidade afro-brasileira.
O festival tem entrada gratuita e contará com uma programação que inclui feira criativa e artesanal, rodas de conversa, vivências, exposições audiovisuais, shows, apresentações culturais, oficinas de saberes ancestrais, contação de histórias e espaço kids.
A Casa da Frontaria Azulejada fica na Rua do Comércio, 92, Centro.