Texto porNathalia Ilovatte

Armarinhos Fernando, a alegria da dona de casa mão de vaca

Lixeirinhas fofas por 4 reais, caixa organizadora pela metade do preço da Kalunga, e muitas outras ofertas nesse lugar tão pertinho do inferno, menine!

Primeiro você procura apartamento, aí acha apartamento, se muda, compra meia dúzia de coisas fundamentais para a sobrevivência (a menos que vc tenha casado e feito um chá bar e blablabla) e um belo dia você acorda igualzinha à sua mãe (ou avó, no meu caso), repensando a disposição dos armários da cozinha e reclamando que a almofada não orna com o sofá – o tipo de coisa para a qual você se lixava simplesmente porque tinha mais o que fazer.

Assim como o primeiro cabelo branco (que sempre nasce na frente) e a constatação de que no próximo aniversário você entra na idade de usar Renew, o espírito da dona de casa pega a gente pelas vísceras depois de uns anos de rolê. E de brinde nos apresenta a um universo de espremedores de alho, panelas de pressão, abraçadeira do caninho amarelo do fogão (ahn?) e copos-para-as-visitas.

O problema desse novo horizonte na vida de um ser humano é que se você comprar toalhas de banho, um jogo de copos, uma lixeira e uma frigideira, pronto, gastou 200 reais. E nem são 200 reais que te fazem voltar pra casa saltitante com as suas sacolas de compras superincríveis. São duas dezenas de realidades gastas em coisas Zzzzz…

E mais: isso não é nem metade do que você vai precisar pra casa ser habitável. Porque montar uma casa é caro pra cacete.

Aí que eu lidei com essa verdade universal enfiando o glamour num dos poucos potes de sorvete Kibon que achei no armário e partindo rumo à rua 25 de março em um agradável sábado de sol em que todo o Brasil também partiu para lá. Levei sacoladas, gritaram nos meus ouvidos, me empurraram, tentaram furar fila na minha frente, mas eu fui feliz. Fui feliz e mão de vaca, porque lá tem uma lojinha mágica que parece um portal pro inferno, mas tem tudo o que você pode imaginar a preço de banana (que também anda bem cara, viu).

Aqui já no sexto parágrafo desse texto prolixo eu finalmente vou te contar qual é o propósito de toda essa ladainha, que é dizer que o Armarinhos Fernando vale muito a visita se você tem espírito esportivo. A caixa plástica organizadora que custava 60 pilas na Kalunga saiu por 30 reais. O jogo de copos pra usar todo dia (aqueles que a gente tem vergonha de servir pras visitas) custou 6 reais. E por 10 pilas comprei um kit com todos os potinhos de cozinha (aka tupperware) do mundo. Mas isso não é tudo! Também teve  a lixeirinha fofa de 4 reais e o cesto de roupa suja verde limão por 7,50 que custava 20 na Tok & Stok. É muita pechincha pra dona de casa!

É por isso que eu acho que vale muito a pena você se inscrever naquela caravana para a 25 de março que a sua tia Berenice organiza todo semestre. Porque se você vai comprar só um copinho, aí dane-se, compra no Extra. Mas se você vai criar todo um estoque de utensílios domésticos, coloque sua pior roupa e vá lá no Armarinhos Fernando se encher de calor humano porque vai ser uma experiência enriquecedora só que ao contrário.

Aproveite para fazer aquele check-in via Facebook no Mercado Municipal, que fica logo atrás, e coma um pastel, e compre uns doces. Mas outro dia eu explico isso melhor.

Armarinhos Fernando: Rua 25 de março, 864/872. Aberto aos sábado das 7 às 16h e aos domingos das 9 às 14h. E também durante a semana, das 7 às 19h, caso você não trabalhe. Ou caso você seja jornalista, faça plantão no fds e tire folga na terça, quando todo o resto das pessoas que você conhece tá ocupada trabalhando e não pode ir pro bar.