A história da boate transgressora e incrível que marcou época durante a ditadura militar em Santos
O nome, claro, remetia ao famoso personagem do desenho animado. E, realmente, as noitadas na Pink Panther eram... Bem, muuuuuito animadas. Esse sonho hedonístico durou exatos 22 anos.
Sexo ao vivo, homens de pau duro no palco, mulheres trans dublando hits de divas americanas, políticos, militares e famosos conviviam lado a lado nas mesas da casa noturna.
Estrangeiros iam e vinham pelo porto de Santos, transformando as ruas em um caldeirão de influências. E tinha muito dinheiro rolando por aqui.
“Ninguém estava preocupado com as letras (das músicas). Todos queriam bailar e exorcizar os demônios na pista, ao som de batidas altíssimas e muitas bebidas" Clara Monforte, no livro Almanaque Social.
Outro personagem importante da história da casa é Tanya Starr, que selecionava as meninas, cuidava de figurino e beleza, ensaiava os números, fazia os cenários e toda a direção artística dos shows.
Cria da Pink Panther, Gretta Starr se tornou uma das estrelas mais brilhantes do elenco e, posteriormente, uma importante ativista do movimento LGBT brasileiro.
A decadência da Pink Panther se deu a partir da segunda metade dos anos 80, com o fantasma do HIV rondando a cidade e a morte de Tanya Star.
Em 2018, essa história e seus personagens icônicos viraram tema de um curta metragem, pelas mãos do diretor Kauê Nunes Melo, da Mokoto Filmes e Histórias.