A história de um ícone LGBTQ que desafiou a conservadora sociedade de Santos  nos anos 70

Dudu

do Gonzaga

Luiz Eduardo D’Agrella Teixeira viveu além da cisnormatividade na Santos dos anos 60, 70 e 80.

Dudu do Gonzaga

Seu nome era

Não é possível dizer em que momento Luiz Eduardo passou a ser conhecida como a Dudu do Gonzaga. Mas todo mundo sabia quem ela era: uma das personagens mais famosos da cidade na época.

Além de não esconder a homossexualidade,  Dudu viveu como queria.  Usava saia, salto alto e cabelos grandes. Andava pelas ruas de Santos deixando claro os rapazes que desejava.

"Na primeira vez em que vi Dudu, fiquei encantado. Alta, com um tamanco enorme, uma calça justíssima e blusa amarrada”, lembra Beto Volpe, escritor, ativista e fundador do grupo Hipupiara.

“Ela estava na época errada e na cidade errada. Para assumir a sua condição como assumiu, deveria viver em Londres”, comentou o irmão Manoel Dias em entrevista concedida em 2011 à revista Caça-História.

Dudu vivia uma rotina que, basicamente, envolvia praia, salões de beleza e boates. Seu bom humor e leveza desfilavam por aí e ela amava o reconhecimento.

Dudu foi mais uma vítima da intolerância de gênero. Morreu aos 35 anos, após levar 3 tiros disparados por um amante em São Sebastião.

Em 2019, a história de Dudu do Gonzaga virou documentário, com a participação de amigos, familiares e personagens conhecidos da época.  Para nunca esquecermos de quem veio antes de nós.