Texto porNathalia Ilovatte
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Vídeo: O perigo de uma única história, por Chimamanda Adichie

A escritora nigeriana Chimamanda Adichie fala sobre o quanto é negativo é ter só uma visão de uma cultura, uma história ou um lugar. O ponto de vista de Chimamanda  serve de inspiração e motivação a qualquer um que se sinta livre para expressar ideias e contar histórias, seja em blogs, videocasts, álbuns de fotos, camisetas e o que mais servir.

Em julho de 2009, a escritora nigeriana Chimamanda Adichie foi ao TED para falar sobre o quão nocivo pode ser se apegar apenas a uma versão de uma história. E mostrou o quanto nós estamos habituados a isso e o fazemos inocentemente, não somente quando nos indignamos sobre algo, mas também quando sentimos pena ou tentamos ensinar alguém.

O ponto de vista de Chimamanda vale para a Nigéria, para o México, para as mobilizações estudantis, para Belomonte e para Santos. Na época em que conheci esse vídeo, era começo da Copa do Mundo na África do Sul e eu estava assistindo a um debate entre alunos do Ensino Fundamental II em uma escola paulistana. Um professor de História exibiu o vídeo para que nós refletíssemos sobre a visão eurocêntrica que temos do continente africano, e em junho de 2010 esse vídeo se encaixou perfeitamente no contexto em que estávamos.

Hoje, quando revi, lembrei do que a Larissa Salgado e a mesa da Amanda Serra disseram no Elos Entre Blogs: que blogueiros têm à disposição um instrumento de denúncia e um meio livre de qualquer interesse político ou comercial para abordar qualquer assunto “tabu”. E que nós podemos usufruir muito mais desse espaço. Não se trata de transformar blogs de moda e beleza em blogs de política e nem de fazer uma revolução no shopping, mas de preencher lacunas.

A Baixada Santista tem só um grande jornal impresso e um portal de notícias. E não cabe aqui questionar o compromisso editorial de qualquer empresa, mas será que uma redação, por melhor intencionados que sejam os jornalistas dela, consegue contar todas as histórias do lugar em que nós moramos? Ou na maior parte do tempo, por inúmeras razões, ela acaba contando uma única história? E quando a nós, será que também, por força do hábito, não nos apegamos a ela?

Eu não queria começar um post auto-ajuda, mas acho que agora já é tarde para voltar atrás. De qualquer maneira, espero que os dois vídeos de Chimamanda no TED sejam tão inspiradores para vocês quanto são para mim.

“Histórias importam. Muitas histórias importam. (…) Quando nós rejeitamos uma única história, quando percebemos que nunca há apenas uma história sobre nenhum lugar, nós recuperamos um tipo de paraíso.”