Texto porVictória Silva
Jornalista, Santos
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Conheça e apoie o Projeto Navegantes da Esperança

Em dezembro de 2010, uma turma de crianças da Praia do Góes, bairro (ilha) do Guarujá, não pôde participar de um projeto social promovido por uma igreja do outro lado do mar (em Santos).

Deveriam ganhar uma sacolinha com roupa, calçado e um brinquedo. Mas, por não viverem na região em que a paróquia estava localizada, foram tirados da lista de beneficiados. Apenas dois deles continuaram, já que a mãe atravessava de barco para assistir às celebrações.

“Assim que fiquei sabendo que só os meus iriam ganhar, pedi que tirasse os dois também. Nenhuma criança é melhor que a outra. Acho que caridade não olha onde mora ou se frequenta o local, mas sim se precisa”, explica Betty Santos.

Inconformada, Betty voltou à ilha sem saber o que dizer às crianças que esperavam pelo presente. Afinal, ela havia garantido que todos ganhariam algo naquele ano.

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Com a ajuda de vizinhos e amigos, a mãe de duas crianças especiais (ambas com autismo), conseguiu arrecadar presentes para todos os nomes recusados na igreja. Ganharam roupa, sapato e um doce ou brinquedo.

Assim nasceu o Projeto Navegantes da Esperança.

Atualmente, cerca de 50 famílias do bairro são beneficiadas com a doação de cesta básica, roupas e outros itens que ela – com a ajuda de voluntários – arrecada tanto no Guarujá quanto em Santos.

A assistência acontece de fevereiro a dezembro (em janeiro, ela descansa e cuida dos filhos, que estão de férias da escola). Nos 11 meses seguintes, acontecem eventos, encontros e bazares. Tudo com base nos produtos recebidos.

navegantes-da-espernacaImagem: Reprodução

“Consigo muita coisa no Facebook, nunca vi ninguém mais pidão que eu por lá”, brinca.

“Recebemos bolsas, roupas, brinquedos enfim, tudo. Ai quando nos encontramos, os itens são dispostos para que as mães e pais escolham o que precisam. Sem nenhum custo”.

Famílias

Para ser uma família beneficiada pelo Projeto Navegantes da Esperança, basta entrar em contato com a organizadora e entregar xerox dos documentos, como em qualquer outro cadastro. Além disso, para garantir que todos realmente precisam da ajuda, os familiares respondem um pequeno questionário.

Betty conta que já houveram casos de famílias que não tinham a necessidade, mas que ela e os voluntários perceberam e, “com um jeitinho”, conversaram com os mesmos.

Interessados em ajudar a iniciativa a continuar viva podem ajudar com os seguintes itens:

Arroz, açúcar, feijão, leite em pó, macarrão, biscoitos, molho de tomate, óleo de soja, café, fraldas infantis (P, M, G ou XG), itens de higiene em geral, roupas e brinquedos.

Para isso, acesse o Facebook do projeto e combine diretamente com o time de voluntários.