Texto porVictória Silva
Jornalista, Santos

Teatro Móvel Solar FEITO EM SANTOS viaja pelo Brasil

Contêineres poderiam ser, facilmente, o símbolo de Santos.

Afinal, a cidade abriga o maior porto da América Latina e transporta mais de 300 mil deles, todos os meses. E muito mais que isso: estamos falando de uma estrutura de aço que leva o talento da cidade para todo o Brasil, há 10 anos.

Esse contêiner é muito especial. Trata-se de uma caixa de aço colorida e desenhada que transporta riquezas pelo país, em forma de cultura.

Desde 2007, o Teatro a Bordo já visitou 200 cidades brasileiras. Em cada uma delas, o projeto made in Santos fez apresentações, intervenções artísticas e oficinas educativas, muitas vezes em regiões que o próprio Brasil desconhece.

contêiner_Teatro a Bordo_foto de Toto Cottone (leve)Imagem: Divulgação

Sim, estamos falando que um Teatro Móvel Solar FEITO EM SANTOS viaja pelo Brasil!

A ideia surgiu em curso de Gestão Cultural que a atriz Talita Berthi frequentou. Inicialmente, a proposta era mapear e propor soluções para as necessidades culturais aqui da região. Já o uso do contêiner foi baseado em seu significado, a troca.

“Nas apresentações pelo Brasil, sempre levamos a cultura de Santos e trazemos dentro dele o que as regiões visitadas têm de riqueza cultural. Fechado, o nosso ‘caixola’ é igual um contêiner comum. O que está dentro dele é que muda essa visão”, afirma a idealizadora do projeto.

Uma década nas estradas

As histórias colecionadas em 10 anos de projeto deram vida ao espetáculo De sol a Sol, do grupo Teatro Aberto.

O texto tem a ‘caixola’ como personagem principal e dá aos atores a oportunidade de revivem passagens, costumes e momentos marcantes das viagens pelo Brasil.

CRED RODRIGO MONTALDI (1)Imagem: Divulgação

Para deixar o projeto ainda mais legal, desde 2015, o Teatro a Bordo passou a ser o primeiro teatro móvel solar do Brasil. Isso significa que a iluminação cênica é feita com ajuda da luz natural e, assim, o acesso à cultura é democrático e sustentável!

“Nos inspiramos nas trupes de commedia dell’arte, que cruzavam a Europa entre os séculos XV e XVIII em carroças e, muitas vezes, criavam efeitos de luz em seus espetáculos com o sol refletido em espelhos. Além disso, a equipe técnica não precisa se preocupar com a busca por pontos de energia em bairros distantes ou cidades rurais que visitamos. Essa é a função da arte: apontar novos caminhos”, pondera o ator e produtor Douglas Zanovelli.

Em Santos

Nós simplesmente amamos esse projeto. Como não amar, né?

Infelizmente, ainda não tem data para eles voltarem a Santos. Mas nós estamos na torcida e de olho na agenda e você pode fazer o mesmo. Para acompanha-los pelas estradas do Brasilzão, basta acessar o site e curtir a página do projeto no Facebook.