Texto porVictória Silva
Jornalista, Santos

Estudantes santistas projetam escola feita com contêineres

Segundo um levantamento feito em 2016, divulgado pelo Todos pela Educação, mais de 2,8 milhões de crianças e adolescentes (entre 4 e 17 anos) estão fora da escola no Brasil.

Casos de escolas distantes, como o dessa manchete abaixo, por exemplo, são mais comuns do que deveriam.

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E o poder público pouco se movimenta na busca por mudanças. Se eles não fazem nada, uma turma de santistas decidiu utilizar o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) para promover uma possibilidade: escolas feitas com contêineres.

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Numa primeira leitura, pode parecer estranho, mas 5 alunos do 10º semestre de Engenharia Civil da Esamc Santos decidiram provar que isso é possível e pode ser uma solução para atender esse tipo de demanda.

A ideia envolve construir espaços que se adaptem às possibilidades locais e, principalmente, ofereçam um custo até 2 vezes mais barato do que uma construção em alvenaria. Além disso, o tempo de construção também é menor.

Escola Modular

Orientados pelo professor Alessandro Borraschi, os universitários Débora Farias, Julio Lara, Marjory Lessa, Nicholas Barreto e Patrícia Marcondes apresentaram um projeto com 4 salas de aula, cozinha, banheiro masculino e feminino, sala dos professores, diretoria, biblioteca, pátio, refeitório e quadra poliesportiva.

Tudo isso construído em apenas 6 meses e por R$ 400 mil (já com as mobílias)!

“Um dos nossos objetivos era desenvolver um projeto que tivesse impacto social. E por que a escola? Porque, se a gente quer uma sociedade melhor, temos que pensar em quem vai mudar essa sociedade, que são as crianças os jovens”, justifica Marjory Lessa.

O projeto ainda conta com telhas verdes, que refrescam o ambiente e possibilitam a construção de hortas; placas para captação de energia solar; e calhas para armazenar água da chuva, para uso em descargas ou lavagem de espaços.

“Queremos mostrar para a sociedade que é possível proporcionar soluções e conter gastos. Por isso, pretendemos mostrar o projeto para vereadores das cidades da Baixada e quem sabe, para o governo do Estado”, diz Patrícia Marcondes.

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O projeto pode ser adaptado para outras realidades, como o momento de reforma de um ambiente ou um ambiente adicional, inclusive em escolas e ONGs.