A amizade e o poder do encontro

Sabe aquele grupo do Whatsapp que vive combinando de se reunir, mas nunca consegue marcar uma data em que todo mundo possa aparecer?

Então, NÃO é essa a história que vamos contar hoje.

Quinta-feira, 8 horas da manhã. Uniformizadas com suas camisetas pretas estampadas com um telefone pink, 22 mulheres sentam em volta de uma enorme mesa posta especialmente para elas em um empório no Boqueirão.

Entre bolos, cappuccinos e sucos, o falatório não para. É foto pra cá, abraços pra lá e assim o dia começa para essas santistas.

Essa é a Gangue Alô, que há 1 ano tem o compromisso marcado de tomar café da manhã juntas.

Feliz e do bem

Quem juntou essa mulherada foi a empresária Valéria Ponce, que chegou em Santos vinda de Campinas (SP) há cerca de 4 anos e não conhecia ninguém por aqui.

A Gangue Alô ganhou esse nome porque, a todo momento, ela usa o bordão “alôôôô!” pra chamar a atenção das meninas.

“Eu sempre fui uma pessoa agregadora, que gosta de unir as pessoas e reforçar esses laços. Tenho necessidade de compartilhar. Hoje em dia, é difícil fazer o encontro, está tudo muito distante por causa da tecnologia”, explica.

Mas isso não quer dizer que elas não utilizem os meios digitais pra conversar O DIA INTEIRO: pelas redes sociais, rolam fotos, piadas, receitas, perguntas e tudo mais o que aparecer. Pode dar opinião, pode discordar e pode aprender com as amigas.

Os perfis são os mais diferentes possíveis, de todas as idades. Tem professora, despachante aduaneira, empresária, corretora de seguros, dona de casa, estudante… Uma das integrantes está morando na Itália e também participa pelo FaceTime.

Algumas se conheceram na academia do Clube de Regatas Vasco da Gama e outras foram chegando conforme o tempo passou.

Nos cafés, alguém sempre leva presentes para sortear entre as presentes. Valéria quer, ainda, agregar um caráter social e aproveitar a mobilização para ajudar alguma entidade local por meio de trabalho voluntário.

Amizade acima de tudo

O critério para fazer parte dessa turma?

“Ser feliz e do bem. Só não permitimos falar mal da vida alheia”, diz Valéria.

Os assuntos surgem e, quando elas percebem, 2 horas já se passaram e elas seguem para os afazeres do dia – dar aula, preparar almoço, pegar filhos na escola, etc. Mas o importante é que, para elas, o tempo parou ali naqueles instantes.

Mesmo que por poucas horas, a amizade se transformou na ordem do dia.