Cidades pendulares, uma história que se repete

Uma pesquisa feita pelo IBGE nos últimos anos mapeou os arranjos populacionais brasileiros. O estado de São Paulo foi a região com o maior número de cidades pendulares e, é claro, a Baixada Santista entrou pra lista.

Transito Sv - Santos

Chegar em Santos ou deixar a cidade é uma tarefa praticamente impossível durante os horários de pico, por conta dos moradores das cidades vizinhas que trabalham e estudam por aqui. Santistas encaram a mesma dificuldade na subida da serra, rota de muitos que não têm a sorte de ter o escritório na praia.

O IBGE chegou ao número de 11.316 santistas que viviam numa relação Baixada Santista – São Paulo em 2010, quando o estudo foi feito. Nós já desconfiávamos disso, é só dar uma olhada na sessão de posts mais lidos da história do Juicy – o terceiro colocado é “fretados de Santos para São Paulo” e, apesar de escrito em 2012, ainda é acessado com frequência. E mais: até hoje, as pessoas interagem nessa matéria em busca de opções de transporte.

king kong

Se a realidade é assim nesta geração, não foi muito diferente na dos nossos avôs. O serviço de fretamento era mais simples e tímido, mas já acontecia com os famosos “king kong”. Os ônibus ganharam esse nome por conta do aspecto robusto. O teto tinha dois níveis, com uma queda no meio do veículo.

A Rua Cruz Preta, na capital paulista, era o ponto de partida. Diariamente, às 7 horas, a viagem tinha inicio e previsão de chegada para às 14h30. A partida de Santos acontecia às 6 horas, pois era preciso mais tempo para a conclusão, tendo em vista a capacidade motora dos automóveis.

santos - sp

Atualmente, o serviço de fretamento não só evoluiu no sentido de infraestrutura, como também em rotas. O número de empresas que levam jovens de Praia Grande, São Vicente e Peruíbe para Santos é cada vez maior. Afinal de contas, são 123040 trabalhadores e estudantes percorrendo tal caminho, segundo o mesmo estudo.

A atual realidade da região, com cidades dormitórios e mobilidade pendular dá a Santos a vantagem de movimentar sua economia não só com os moradores, mas com munícipes de toda a Baixada. Mas traz também problemas cotidianos, como trânsito, filas e super lotação de estabelecimentos.

Disso tudo, fica a frase que ouvimos nas carteiras escolares “a história não muda, ela se repete”.