A volta dos cobradores. Em Curitiba. E em Santos?

Em todas estas cidades – São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis, Porto Alegre, Manaus, Londrina, Campinas, entre outras – a bilhetagem eletrônica não eliminou a figura dos cobradores de ônibus.

Em Curitiba, os empresários até tentaram a extinção da função – das linhas ditas menos movimentadas, eles foram retirados. Mas uma lei aprovada no final do ano pela Câmara de Vereadores obriga, até março próximo, o retorno desses trabalhadores aos coletivos, e proíbe a dupla função de motoristas.

Só em Santos e região metropolitana os condutores e os passageiros serão sacrificados pela ausência do cobrador? Ao assumir a prefeitura em 1º de janeiro, o prefeito Paulo Alexandre Barbosa até tocou no assunto, em entrevista coletiva. Todavia não foi explícito no que pretende fazer. Disse apenas não ser possível o motorista, além de ter que dirigir (o que não é uma tarefa simples), precisar se preocupar em cobrar a passagem, com troco etc. Não precisa ser prefeito para saber disso – basta andar de ônibus.

Ano passado, a Câmara santista rejeitou (ainda bem) projeto que proibia o uso de dinheiro para pagar a tarifa. Pelas declarações de Paulo Alexandre Barbosa, essa saída não parece descartada. O que seria um absurdo: o empresário de ônibus tira o cobrador do veículo, não baixou a passagem por causa disso, impõe função dupla ao motorista e, diante dos evidentes transtornos e riscos que isso ocasionou, transfere para o cidadão a obrigação de ter que livrar o condutor da dupla função. E sem baixar a tarifa.

Wagner de Alcântara Aragão é jornalista. Mantém o Macuco Blog.

By: Wagner de Alcântara Aragão