Texto porVictória Silva
Jornalista, Santos

Conheça os patrimônios históricos do litoral paulista

O litoral paulista é o destino perfeito para quem busca por sombra e água fresca.

Mas as cidades da região não se limitam a isso. Em vários municípios, é possível aliar os mergulhos a passeios incríveis, sejam gastronômicos, de aventura ou com uma pegada histórica. Para quem se interessa por essa última categoria, uma dica: viste os patrimônios históricos do litoral paulista tombados pelo Condephaat. 

Os roteiros podem ser feitos em Santos, Cananeia, Iguape, Itanhaém, São Sebastião, Ilhabela e Ubatuba.

Estamos falando de centros históricos, museus, igrejas e teatros que farão você mergulhar na história do litoral paulista.

Santos

Museu do café

Bolsa Oficial do Café

A Bolsa do Café foi criada para atender ao grande movimento comercial do café na cidade de Santos. Até 1929, as atividades foram intensas, mas, acompanhando a crise mundial, a bolsa entrou em declínio, e parou de funcionar em 1937.

Atualmente, o prédio – projeto do engenheiro Roberto Simonsen – abriga o Museu do Café. Além do tour sobre a história dos grãos, é possível apreciar exposições itinerantes, cursos e apresentações culturais. Além disso, não podemos deixar de falar sobre a parada obrigatória na Cafeteria do Museu, que tem um sorvete de café imperdível.

Igreja e Mosteiro de São Bento

A Igreja e Mosteiro de São Bento abriga o Museu de Arte Sacra de Santos.

São mais de 400 peças em exposição, em um acervo organizado em seis espaços temáticos. A Sala Principal conta com a imagem mais antiga (datada de 1540) de Santa Catarina de Alexandria. Junto a ela, destacam-se as imagens de Santana Mestra, avó de Nª Sra. e padroeira dos professores; Nª Sra. das Dores, com cabelo humano; Sta. Escolástica, que era irmã de São Bento e fundou a primeira irmandade religiosa feminina, e São Bento, com o Livro de Regra, que contém as normas da Ordem Beneditina.

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Teatro Coliseu

A decoração traz, no Salão Nobre, a arte do italiano Adolfo Fonzari, iluminada por 39 lustres. Em forma de ferradura, a plateia permite a observação de todos os detalhes das cenas e o fosso da orquestra comporta 100 profissionais.

O edifício já foi usado para atividades políticas e o teatro, restaurado, voltou a funcionar em 2006.

Cadeia Velha

A Cadeia Velha abrigava tropas da região que retornavam da Guerra do Paraguai.

Mais tarde, o prédio de pedra e cal, construído em estilo colonial, sediou o Fórum, a Prefeitura e o Conselho Municipal de Recursos. Em 15 de novembro de 1894, a Câmara Municipal promulgou a primeira e única Constituição Municipal, ocupando as instalações da Cadeia Velha. Na década de 50, a cadeia foi desativada.

Hoje, o imóvel é sede da Delegacia Regional de Cultura e de oficinas e cursos de teatro, cinema, artes plásticas e dança, entre outros.

Casa da Frontaria Azulejada

A Casa da Frontaria Azulejada foi construída em 1865 para residência e armazém do comendador português Manoel Joaquim Ferreira Netto. O prédio ficou conhecido por sua fachada de influência neoclássica, formada por azulejos em alto-relevo importados de Portugal.

Concebida em forma de ‘U’, a construção tinha a abertura voltada para o porto.

Hoje recebe ações culturais e eventos de turismo e economia criativa.

Cananéia

cananeiaImagem: Divulgação/Barbara de Aquino

Centro Histórico

Cananéia foi um município muito importante nos primeiros tempos da colonização, com a instalação de estaleiros para prover transporte às tropas que se dirigiam ao sul do país. Desta época, ainda estão conservados o traçado das ruas e os becos.

Quem visitar o centro de Cananéia irá encontrar casas modestas com fachadas de pedra entaipada e argamassa de areia e cal, datadas do final do século XVIII e início do XIX. A Igreja de São João Batista, construída pelos jesuítas no século XVI, é uma das mais antigas do país e foi usada como fortificação pelos portugueses durante a colonização.

Iguape

iguapeImagem: Divulgação

Centro Histórico

A cidade tem o maior acervo preservado de construções coloniais do estado, com um núcleo histórico com casas de pedra e cal. Alguns destaques no centro são a Basílica do Senhor Bom Jesus, local de peregrinação de devotos que abriga o Museu de Arte Sacra; e a Casa do Patrimônio, centro cultural com biblioteca, videoteca e exposições sobre a história da cidade.

Itanhaém

itanhem

Casa da Câmara e Cadeia

O patrimônio foi construído em 1624, sendo desativado em 1964, e ainda conserva as pesadas grades de ferro nas janelas do pavimento térreo, o que ainda evidencia o antigo uso como cadeia.

Igreja e Convento de Nossa Senhora da Conceição

O patrimônio foi construído por frei Miguel de São Francisco por volta de 1713 no alto do Morro Itaguaçu e se tornou um dos principais pontos de peregrinação do Brasil. Possui vitrais de Benedicto Calixto e azulejos com arabescos pintados.

Igreja Matriz de Santana

Na sua reconstrução, cinquenta anos depois, foram reaproveitadas algumas de suas paredes antigas. A igreja possui imagens valiosas que permaneceram enterradas por um longo período a fim de serem preservadas. Uma delas, a mais famosa, é a da Virgem da Conceição.

São Sebastião

são sebastiãoImagem: Reprodução

Centro Histórico

O local abriga um preservado casario colonial, com prédios datados dos séculos 17 e 18. Os principais destaques da área tombada de sete quadras são a Igreja Matriz, a Casa de Câmara e Cadeia Pública, a Capela de São Gonçalo (com Museu de Arte Sacra) e a Casa Esperança.

Ilhabela

ilhabelaImagem: Reprodução

Sede da Fazenda Engenho D’Água

A Fazenda Engenho d’Água foi construída no período da produção açucareira do litoral, em meados do século XVIII. Em mais de 43 m², está a casa sede, feita de alvenaria de pedra e cal e de pau-a-pique, e a casa maior, que segue a tradição das ilhas atlânticas, em um sobrado avarandado.

Em 2015, a prefeitura de Ilhabela transformou o local no “Parque Municipal Fazenda Engenho D’Água”.

Ubatuba

ubatubaImagem: Divulgação

Residência dos Irmãos Gomes

O projeto da residência de veraneio foi encomendado pelo Senador Severo Gomes ao arquiteto Rino Levi, um dos principais expoentes da arquitetura moderna brasileira, sempre considerando a continuidade espacial com a natureza.

Unidades Habitacionais de Picinguaba

Desde as primeiras décadas do século XIX, Picinguaba constava da lista dos bairros integrantes da Terceira Companhia de Ordenanças de Ubatuba. As habitações caiçaras têm por características a frente voltada para o mar as construções em pau-a-pique, com telhados cobertos por sapé ou folhagem, chão de terra batida e poucas janelas.