Texto porLudmilla Rossi
Santos
TAGs

Paramour: espetáculo apaixonante do Cirque Du Soleil em NY

Não me julguem: apesar de já ter ido a Nova York muitas vezes, a Broadway nunca foi minha prioridade na programação. Exceto pelo pessoal do Cirque Du Soleil. Em 2011, quando estive na cidade pela primeira vezes depois de adulta (rs), ao invés de assistir os espetáculos tradicionais convenci meu namorado a embarcar na minha: nada de Rei Leão. Eu queria mesmo era assistir o que a companhia de Guy Laliberté tinha a mostrar na Big Apple.

Zarkana me empolgou muito por unir a impressionante performance humana com toques formidáveis de tecnologia. O local da apresentação também me marcou: entrei no Radio City pela primeira vez, que por si só já traz a atmosfera daquele palco que já mostrou tanta gente incrível.

Em 2016 fui a Nova York duas vezes. A primeira, a trabalho, não comportava espetáculos. Mas na segunda, fui de férias com direito a 10 dias para flanar por um dos meus lugares favoritos do mundo.

Nova York é sempre uma boa ideia. Cirque Du Soleil também.

Dessa vez assisti Paramour e vou tentar sintetizar o que é esse show: vintage, tridimensionalidade e leveza são três palavras que definem o espetáculo do diretor West Hyler. Melhor que isso, é um espetáculo da Broadway para quem é (ou não é) tão fanático pela Broadway assim.

Assistir Paramour foi como oferecer uma banana docinha a um macaca faminta, no caso, eu. Paramour usa metalinguagem, a cena dentro da cena, trazendo todo o contexto da época de ouro de Hollywood.

E eu que ***quase*** não adoro a estética vintage, né? O figurino do espetáculo é deliciosamente bem pensado, nada caricatural e cheio de glamour.

Paramour foto do trio principal

O casting é de chorar de tanto talento, especialmente o trio principal que consegue unir atuação, acrobacia e um nível musical que impressiona, coisa que não vi nos outros shows do Cirque Du Soleil que fui. A Ruby Lewis (Indigo, o papel principal) deixa dúvidas se ela é melhor cantando ou atuando, porque a moça é BRILHANTE em ambas as coisas. Quando ela solta a voz e chega nos agudos você congela na cadeira. O Ryan Vona também brilha cantando, dançando, fazendo peripécias no palco, tocando violão e piano, pra completar. Como pode saber fazer tanta coisa junta, OMG?

Coloquei o trailer aí embaixo pra se ter uma ideia do que é o espetáculo.

Um dos pontos altos para o meu paladar visual e sonoro é a dosagem perfeita entre musical e atuação teatral. As músicas são lindas, impactantes e colam. Love Triangle é uma baita tangada. The Muse é fofa também.

Aliás, quem quiser se deliciar com as músicas, tem o álbum completo de Paramour no Spotify. Mas nem preciso dizer que ao vivo com todo o visual do Cirque Du Soleil é outra coisa, né? Veria o espetáculo de novo mais algumas vezes tranquilamente, só pra perceber detalhes que o olhar encantado não deixa na primeira vez.

Achei no You Tube a gravação original de uma das trilhas, num dos momentos de arrepiar.

A preparação, como se é de imaginar, impressiona. Tudo milimétrico.

Por fim e não menos importante, Paramour me impressionou mesmo quando, no meio do espetáculo o Cirque Du Soleil transforma a dimensão do teatro, alterando a percepção da plateia através de projeções completamente sincronizadas. Isso acontece através da redundância visual do que está no palco e é simultaneamente projetado, mas também de projeções que interagem com o cenário físico que se altera inúmeras vezes.

Além disso, sem dar muito spoiler tem uma parte do espetáculo com… drones.

Rest my case. Paramour é imperdível e para todas as idades.

Inclusive uma dicona para quem não domina o idioma: não precisa entender inglês 100% para aproveitar o espetáculo. A história é visualmente clara e eye catching. Quando assistimos estávamos em seis pessoas, sendo que três delas não tinham noção de inglês e todo mundo aproveitou e compreendeu a história.

Serviço
Paramour de Cirque Du Soleil na Broadway, em Nova York
Em cartaz até julho de 2017 no Lyric Theatre (213W 42nd st, New York, NY)
Ingressos a partir de U$59 (que valem cada cent)

Resenha de Paramour