Texto porFlávia Saad
Santos (SP)

Os acessórios incríveis da Lab22

A pequena porta da Rua Goitacazes emana uma energia boa difícil de descrever.

Nas paredes, os acessórios feitos com cordas, fios e metais coloridos fazem o olhar passear.

Apreciar a arte de Cibele Muraro na Lab22 é como entrar na sua cabeça, entender seu processo criativo, perceber sua sensibilidade.

Aberta há 2 meses no Gonzaga, a loja está fazendo sucesso no Instagram com as peças autorais de Cibele e com itens de designers independentes sob sua curadoria. É o caso das santistas Santo Bamboo e Lilian Olivé e de Sobral, do Rio de Janeiro, que trabalha com resinas coloridas.

Uma mistura fina e moderna, em um momento em que a moda vive dias de mesmice, repetição e padronização.

“Quero sair do óbvio. Somos um laboratório de experimentação. Se você está confusa com o conceito, é porque é mesmo”, ri a empreendedora.

“Não seguimos tendências. Mas se a moda for interessante, como os nós que estão super em alta, por que não inclui-la aqui?”.

De uma coisa temos certeza: a Lab22 vende os acessórios mais diferentes que você vai encontrar em Santos.

Apesar de utilizar materiais diferenciados e (aparentemente) pesados, as cores e composições tornam tudo mais leve e divertido de usar.

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Pedras brasileiras, fios, cerâmica, prata, cordas de borracha usadas pra surfar, mosquetões e até porcas e ferramentas viram matéria-prima nas mãos de Cibele. O que torna o produto final elegante é o processo de transformação.

As peças existem primeiro em sua cabeça; quando coloca a mão na massa, elas podem ou não ter o mesmo resultado do projeto original. Pra ela, não importa, porque tudo flui.

“Costumo dizer que os meus acessórios se criam sozinhos”.

Os colares, por exemplo, levam entre 1 e 2 dias para ficarem prontos e custam, em média, R$ 80.

Pelo mundo e de volta pra casa

A santista se formou em Administração e, ainda bem nova, partiu para São Paulo para trabalhar em uma empresa de auditoria multinacional. Por cerca de 12 anos, levou um ritmo de vida frenético.

Viajando pelo Brasil e pelo mundo, começou a formar, ainda que como consumidora, seu repertório de moda, decoração e design. Mais tarde, essa bagagem serviria como a inspiração principal para a Lab22.

Optou pelo empreendedorismo e, no início de 2017, encontrou no próprio Instagram um caminho possível para dar asas à sua criatividade.

Guiada pelo desejo de trabalhar com as mãos, aprendeu técnicas, pesquisou referências e criou um estilo só seu. Segundo ela, “um universo gigante de inspiração”. Então, começou a utilizar a própria ferramenta digital para vender.