Sabia que tem 3 emissários submarinos em Praia Grande?
Durante o mês do Meio Ambiente (junho), muito se fala sobre atitudes sustentáveis, consumo consciente e proteção da natureza. Mas também é uma ótima oportunidade para gente conhecer melhor as infraestruturas que ajudam na preservação do nosso ecossistema na Baixada Santista. Um bom exemplo são os emissários submarinos. Muita gente só conhece o emissário submarino de Santos, o mais famoso da região. E nem sabe pra que eles servem. Pois é, eles têm um papel fundamental para garantir a qualidade da água nas praias e proteger o oceano da poluição.
Sabia que Praia Grande também possui três emissários submarinos em funcionamento? Eles estão estrategicamente posicionados ao longo da orla e ajudam a tratar e dar o melhor destino ao esgoto da cidade.
O que são emissários submarinos?
Historicamente, cidades do litoral enfrentaram sérios problemas com o despejo de esgoto in natura em rios, canais e diretamente no mar. Essa prática não só poluía as águas, como também colocava em risco a saúde da população, degradava o meio ambiente e comprometia o turismo — uma das principais fontes de renda em cidades como Praia Grande.
Foi nesse contexto que surgiram os emissários submarinos, estruturas criadas para dar um destino mais seguro e ambientalmente correto aos efluentes urbanos. Basicamente, eles são tubulações de grande porte instaladas sob a faixa de areia, que se estendem por centenas de metros mar adentro, até pontos em que a profundidade e as correntes marítimas são capazes de diluir e dispersar os resíduos com segurança.
Esses sistemas não atuam de forma isolada. Antes de chegar ao emissário, o esgoto passa por estações de tratamento, onde é processado e tem sólidos removidos. Só após atender aos padrões de qualidade exigidos por lei é que o efluente segue pelas tubulações até o oceano.
Ou seja: não se trata de esgoto bruto indo para o mar, como muita gente ainda acredita. O que se despeja é um efluente tratado e controlado, com impacto ambiental reduzido.
No estado de São Paulo, esse modelo passou a ser adotado em larga escala a partir dos anos 1990, com o lançamento do Programa Onda Limpa, da Sabesp. O projeto representou uma verdadeira revolução no saneamento na Baixada Santista, com a construção de redes coletoras, estações de tratamento e emissários submarinos ao longo de toda a costa.
Como eles são construídos?
Um emissário submarino é uma tubulação de grande diâmetro (geralmente de aço ou PEAD – polietileno de alta densidade), com comprimento variando de 500 metros a mais de 1.000 metros mar adentro.
Essas tubulações são enterradas sob a areia da praia até alcançarem o mar, onde permanecem submersas. No final da linha, estão os chamados difusores, estruturas que liberam o efluente de forma controlada, em pequenas quantidades e por vários pontos ao mesmo tempo, aumentando a área de dispersão.
O processo completo envolve:
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Coleta do esgoto nas residências e comércios;
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Tratamento em Estações de Pré-Condicionamento (EPC), que removem sólidos e materiais grosseiros;
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Condução do efluente por tubulação até o mar, onde é lançado a uma profundidade segura.
Onde ficam os emissários submarinos em Praia Grande?
Praia Grande conta com três emissários submarinos ativos, todos operados pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo):
- Emissário do Forte – atende a região do Canto do Forte, uma das áreas mais populosas e turísticas da cidade. A tubulação fica próxima à Avenida Marechal Mallet, com lançamento no mar a cerca de 900 metros da costa.
- Emissário da Vila Tupi – está na altura da Avenida Presidente Kennedy, nas proximidades do quiosque 41. Atende a uma extensa faixa da orla central, incluindo bairros como Boqueirão e Guilhermina.
- Emissário do Solemar – fica no extremo sul da cidade, próximo ao limite com Mongaguá. Atende aos bairros mais afastados e em expansão urbana.
Cada um dos emissários submarinos em Praia Grande se liga a uma Estação de Pré-Condicionamento (EPC), onde o esgoto passa por grades, peneiras e processos físicos que removem sólidos antes do lançamento no oceano.
E quando eles não dão conta?
Mesmo com a atuação dos emissários, é possível que algumas praias fiquem temporariamente impróprias para banho, especialmente após chuvas fortes. Isso porque o sistema de drenagem urbana ainda pode carregar detritos e até mesmo esgoto irregular até os canais, que deságuam diretamente no mar.
A sujeira nas praias, inclusive, estava entre os fatores mais lembrados pela nossa audiência quando perguntamos sobre os principais problemas ambientais de PG.
Por isso, a educação ambiental e a fiscalização de ligações irregulares continuam sendo ações essenciais para complementar o trabalho dos emissores e garantir praias limpas em Praia Grande.
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