Texto porVictória Silva
Jornalista, Santos

Caminhada em busca de um lar

É mais uma terça-feira de sol em Santos.

A praça em frente ao Sesc está cheia de caçadores de Pokémons.

Eles dividem o espaço com os cachorrinhos que, a cada 5 minutos, chegam ao local com seus donos.

Os rabinhos levantados e as línguas de foram não escondem: estão tão animados quanto os outros visitantes.

Assim que chegam ao destino final, o parque inteiramente dedicado a eles, as coleiras são soltas e eles ficam livres para correr.

Do outro lado, Walter (5 anos) anda lentamente. Carrega consigo o olhar desconfiado e a bandana que diz: Me adote! Esse é o seu primeiro passeio em busca de um novo lar.

Nanny do bem

O cãozinho de rabo entre as pernas é o primeiro participantes do projeto Nannys do Bem. Trata-se de uma iniciativa em que pet sitters atendem animais de lares temporários, uma forma de fazê-los serem vistos e, assim, adotados.

“Sempre que completo dez atendimentos fixos, um é doado a um bichinho que não tem uma família”, explica a nanny Viviane.

Cuidadoras

Walter vive na casa do ‘seu’ Elias, nas proximidades do centro da cidade.

Por lá, além dele, estão outros 9 cães que o senhor abrigou mas, infelizmente, não consegue cuidar sozinho. Para que os bichinhos não voltem para a rua, duas voluntárias auxiliam com ração, remédios e outros cuidados.

Há um ano ajudando esta super família, as cuidadoras Andreia e Adriana não escondem a felicidade de ver o vira-lata em seu primeiro passeio.

“Tudo vem para agregar qualidade de vida para a vida deles. Porque é difícil encontrar ajudantes e pessoas que queiram fazer parte”, comentam. “Nós viemos hoje para conhecer o trabalho. E também por que á primeira vez que ele sai com ela, poderia estranhar, né?”.

Reconhecendo território

Os passeios têm duração estimada de 30 minutos, mas tanto o tempo quanto a intensidade podem variar de acordo com a necessidade do animal.

“Não tem como colocar um cachorro idoso junto com um jovem, por exemplo. Então a gente programa cada atividade para atender as necessidades individuais deles”, explica Viviane.

O primeiro dia do Walter foi apenas um reconhecimento de território. Ele não largou a coleira e ficou a uma distância que avaliou segura dos outros animais. Quando deu meia hora, já tinha o rabo levantado, mas continuava farejando para entender melhor tudo aquilo.

A bandana continuava no local. Entre todas as novidades, a possibilidade de ter um lar não foi um incômodo para ele.

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Legal o projeto, né? Se você tem um cãozinho e anda sem tempo de leva-lo para passear, é uma boa chamar a My Nanny Pets, assim você ajuda o Walter e outros como ele a conseguirem um lar!