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Por uma vida com menos medo

Medo.

Somente quatro letras, mas que carregam uma energia tão grande.

Na teoria, não passa de um instinto de sobrevivência, um mecanismo de proteção que impede de nos colocarmos em risco de vida. Na prática, o buraco é bem mais embaixo.

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Na infância, vivemos em uma gangorra de medo e coragem puramente instintivos e inocentes. Temos medo do escuro, de monstros, de ficar sozinhos, mas coragens impulsivas de escalar locais perigosos, escorregar de grandes alturas e descer ladeiras de bicicleta em alta velocidade. Em alguns momentos, a adrenalina nos move; em outros, a insegurança nos assusta.

Nós e o medo

Será que isso muda depois de adultos? Em qual momento entendemos que não dá pra atravessar a rua sem olhar pros lados, mas tudo bem dormir no escuro? Será que perdemos o medo de ficarmos sozinhos ou os monstros só mudaram de aparência?

Não são poucas as vezes que ouvimos, e dizemos, coisas como:

“Consegui um emprego muito bom, acho que não dou conta”

“Gosto tanto desse cara, mas e se não der certo?”

“Seria bom viajar, mas vai que acontece algum problema”

Trocamos os monstros debaixo da cama pela ameaça de ficar sem trabalho; a insegurança de não ter a mãe por perto, pela solidão de um coração partido.

Em uma palestra, a monja Coen contou sobre uma moça que, ao saber que o marido tinha pedido para ela avisar quando estivesse indo pra casa, logo decretou: ele está me traindo, por isso quer saber quando eu for embora! A monja questionou: Será? Por que? Ele não pode só querer te esperar com o jantar pronto? A moça ficou sem palavras. Claro que cada um sabe das suas relações, sejam amorosas, familiares ou profissionais, mas todas são tão ruins assim?

Aquele medo instintivo que deveria somente nos proteger de riscos de vida virou um controle que nos faz enxergar somente o negativo em qualquer situação. Por que o primeiro pensamento não poder ser positivo, de que é somente uma atitude de atenção?

Ou até mesmo de um cuidado com a segurança ou uma rotina natural como a lembrança de que algo falta em casa e ela poderia comprar no caminho?

Pense em quantas pessoas você conhece hoje em tratamento contra transtorno de ansiedade ou depressão. Eu mesma! Já reparou que essas doenças também têm sua base no medo?

Em uma descrição simplista, a ansiedade é o medo de que o futuro não dê certo, enquanto a depressão é o medo de que as dores do passado se repitam. Ficamos com tanto medo de sofrer que transformamos tudo em outro receio muito mais preocupante: o medo de ser feliz! Deixamos de acreditar que isso é possível. E, desta forma, seguimos nos bloqueando e encolhendo cada vez mais. Perdendo boas oportunidades, bons empregos, bons amores, bons aprendizados e boas experiências. A que preço?

É um desafio diário ser saudável e são em um mundo cada vez mais doente. Ter confiança para superar traumas, admirar as pequenas felicidades e fortalecer a esperança é um exercício, mas é possível viver uma vida com menos medo.

Entender que nada está sob nosso total controle é o primeiro passo e uma grande libertação que todos precisamos conquistar. Tenhamos o medo como nosso aliado, não como uma amarra.

Aprenda, confie, sinta, dê o seu melhor sempre e viva! Não é garantia de uma vida sem dor, mas certamente será uma vida muito mais completa. Eu sigo tentando. E você?

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