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Como você escolhe enxergar a vida?

Há exatamente um ano, eu visitava uma amiga na Ponta da Praia. Depois de um café da tarde delícia, demos uma caminhada pelo bairro. Notei que eu enxergava as muretas do calçadão de um jeito esquisito.

Tapei o olho esquerdo com a mão e a visão voltou a ficar nítida. Tapei o olho direito com a mão, e não só a vista ficou embaçada como parecia em 3D!

Sugestões para você

Descobri minha miopia aos 12 anos e desde os 14 uso lentes de contato. Mas tinha algo estranho…

O olho começou a ficar vermelho, parecendo infeccionar. Achei que era conjuntivite. Marquei o oftalmologista, que foi categórico: desenvolvi uma alergia à lente de contato após décadas. Teria que diminuir muito o uso, passar muito mais tempo de óculos (que detesto) e, ainda assim, volta e meia a infecção poderia retornar, inchando a pálpebra.

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“E se eu for rebelde e continuar colocando a lente todo dia, doutor?”, brinquei. “Pode piorar e até cegar. E cada um enxerga a vida como quer”, disse ele, sem achar a menor graça na minha piadinha.

Segui a recomendação, claro, que também não quero deixar de enxergar por negligência e vaidade. Quero continuar olhando a vida que passa diante dos meus olhos em todos o seus tons e suas paisagens, com o sol se pondo na praia e as cores de cada flor dos nossos jardins.

Quem escolhe como vai enxergar a vida é você

Depois de um ano convivendo mais com os óculos e as lentes só de vez em quando, me dei conta como os 12 meses de 2018 também foram os que mais me provaram, em diferentes situações, que de fato cada um enxerga a vida como quer. Não só do ponto de vista ótico, mas daquilo que a gente dá importância e deixa ou não afetar nossas emoções.

E se você está emocionalmente forte, esse enxergar será sempre de copo mais para cheio, com realismo/otimismo. Percebendo problema não como o fim do mundo, mas como desafio pra ser resolvido e pronto. Lembrei de histórias de pessoas que conheci neste ano que passou, ou pessoas que eu já conhecia e me revelaram detalhes de suas histórias, nas quais existiram muitas, mas muitas tristezas daquelas que, ouvindo, eu só pensava: “Caramba! E ela superou!”

Pessoas que, apesar de dores intensas, conseguem entender que nossos dias são um presente. E para abrir cada caixinha desse presente é necessário fazer escolhas e se responsabilizar pela própria trajetória, sem culpar os outros pelo que dá certo ou não. É sempre fácil escolher, sair de uma situação difícil? Não é. A opção, porém, existe pra todos nós. Ninguém é mais ou menos afortunado, sortudo. Sortes e fortunas (materiais, espirituais e emocionais) se constroem – com escolhas.

Compartilhar é preciso

Uma coisa as pessoas que dividiram suas histórias comigo têm em comum: a busca por algum tipo de terapia e uma boa quantidade de relacionamentos saudáveis.

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Ter com quem compartilhar os momentos sem julgamentos e parar algumas horas na semana, com ajuda profissional, para olhar para dentro, moldam a tal força emocional. Com ela, a maneira de enxergar a vida se torna mais generosa, leve e cheia de possibilidades.

Portanto, coloca aí na listinha de metas 2019 (ainda dá tempo!) cuidar de você e pensar quem está por perto. Troque as lentes dos sentimentos e dê ao coração óculos de armação suave.

*Suzane G. Frutuoso é escritora, jornalista, professora universitária e empreendedora. Cofundadora da plataforma Mulheres Ágeis e da consultoria ComunicaMAG. Autora do livro “Tem Dia Que Dói – mas não precisa doer todo dia e nem o dia todo”

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