Ecoboats: conheça os barcos que tiram o lixo do mar de Santos
Se você encontrar uma dessas embarcações da foto no mar de Santos, já sabe: eles estão lá pra deixar a nossa costa mais limpa. Os ecoboats agora fazem parte da paisagem martítima da cidade como forma de ampliar a retirada de detritos do oceano.
Esse reforço na luta contra a poluição marinha é mais uma ação para ajudar na preservação ambiental dos ecossistemas da Baixada Santista.
Isso porque a poluição dos oceanos é um problema alarmante em escala local, mas também global. Segundo a ONU Meio Ambiente, mais de 8 milhões de toneladas de plástico vão para os mares do planeta todos os anos, afetando a vida marinha, a pesca e o turismo. Estes resíduos trazem consequências devastadoras, causando a morte de milhões de animais anualmente devido à ingestão e enredamento.
Em Santos, onde a atividade portuária intensa e o turismo são cruciais para a economia local, a preservação das águas não é apenas uma questão de responsabilidade ambiental, mas também econômica.
Até 5 toneladas por mês
Os ecoboats, na prática, prometem ajudar a conter esse avanço de poluentes que poderiam afetar negativamente diversas esferas da vida da cidade e suas áreas adjacentes.
São barcos tipo catamarã equipadas com um sistema inovador que permite a coleta eficiente de detritos flutuantes. A estimativa é que a ação retire, em média, nada menos do que cinco toneladas de resíduos por mês. Cada embarcação vai contar com um marinheiro e um auxiliar operacional.
Como funciona o ecoboat?
A estrutura tem uma abertura central, entre os dois cascos do barco, que direciona os resíduos flutuantes para dentro de um cesto coletor que dispensa a água e retém o lixo que fica boiando. Cada barco tem capacidade de armazenamento de 3,5 metros cúbicos e atende a todas as condições de segurança da Marinha Brasileira e às Normas da Autoridade Marítima (Normam).
Portanto, o lixo vai para o ecoboat antes que ele afunde ou seja levado para o mar aberto, evitando impactos nas praias da região. Entre os dejetos que podem ser captados pelos veículos estão plásticos, garrafas, madeiras, resto de móveis, embalagens e outros sólidos.
A operação, iniciada no dia 16 de junho, faz dois trajetos estratégicos: o Estuário e a Ponta da Praia. Os roteiros não são por acaso: têm a ver com as correntes e a movimentação das marés. Esta divisão garante uma cobertura ampla das áreas mais afetadas pela acumulação de resíduos, frequentemente trazidos pelas correntes marítimas.
Essas são as rotas:
- Ecoboat Estuário: fará percursos pela região da Alemoa, início do canal do Porto de Santos, Rio das Pedras, Ilha dos Bagres, Ilha Piaçaguera, entre outros pontos.
- Ecoboat Ponta da Praia: fará percursos pela região da Ponta da Praia, final do canal do Porto de Santos, Terminal Pesqueiro, Travessia das Balsas Santos/Guarujá, Ponte Edgard Perdigão, entre outros trechos.
A tecnologia de cada ecoboat permite a separação dos resíduos da água, retendo os sólidos enquanto a água é devolvida ao mar, limpa.
Marcelo Passos da Cruz, marinheiro e coordenador da ação, destaca que, além de melhorar o aspecto visual das águas de Santos, o projeto traz benefícios diretos à fauna e vegetação do nosso mar.
Águas mais limpas protegem a fauna aquática, incluindo peixes, tartarugas e aves marítimas, que dependem de um habitat seguro para sobreviver.
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