Há 10 anos, Santos se tornava uma Cidade Criativa da Unesco
Uma década de Santos Cidade Criativa. Mais do que uma data redonda, o título mudou muitas visões de o que nós queremos e esperamos para a cidade. Sai o foco total em economia tradicional e começa-se a olhar para a criatividade como forma de desenvolvimento social e geração de riqueza – para as pessoas e para o município.
A celebração dos 10 anos de Santos Cidade Criativa vai durar o ano todo. E a gente está aqui pra resgatar o passado, o presente e o futuro da economia criativa em Santos.
Antes de mais nada, o que é economia criativa?
Por definição, a economia criativa é o setor de atividades baseadas no capital intelectual, criatividade e conhecimento como principais geradores de valor. Estamos falando de design, música, audiovisual, moda, gastronomia, tecnologia, games e artes em geral.
Criação artística e inovação caminham juntas na economia criativa, sem deixar de lado o potencial mercadológico. O resultado? Crescimento econômico e uma valorização dos aspectos culturais e sociais de um território ou população.
Uma cidade criativa aposta em hubs criativos, festivais culturais e no incentivo ao empreendedorismo inovador, além de cuidar e investir no patrimônio histórico e no turismo, para que mais gente possa aproveitar tudo isso.
No cenário brasileiro, a economia criativa representa cerca de 2,6% do PIB nacional e emprega mais de 7 milhões de pessoas, com um enorme potencial de aumento. No mundo todo, o setor representa um dos mais resilientes durante as crises econômicas, crescendo a taxas superiores à média da economia mundial. Segundo a ONU, o comércio global de bens e serviços criativos já ultrapassa US$ 800 bilhões anuais
Ou seja, estamos falando de um dos principais ativos econômicos do século XXI. Economia criativa gera empregos qualificados, promove inclusão social e diversidade e contribui para a sustentabilidade e o futuro do planeta.
Por que Santos é uma cidade criativa?
Em 2015, a cidade de Santos recebeu o selo da Unesco como Cidade Criativa no segmento de Cinema.
Com uma longa história com a sétima arte, Santos não só tem várias salas comerciais e públicas, mas também é protagonista nacional na promoção de festivais e na geração de mão de obra para o audiovisual brasileiro.
O Juicy Santos falou um pouco sobre essa vocação no seu podcast:
Instituições de ensino e programas de incentivo a produções, além de uma Santos Film Commission forte, contribuíram para a obtenção do selo. E não podemos esquecer de grandes catalisadores desse movimento, como o Instituto Querô e o próprio Chorão, que contribuiu pessoal e profissionalmente para levar o potencial criativo de Santos para o mundo.
A rede de cidades criativas da Unesco existe desde 2004 e conta com 350 membros atualmente. As categorias são Artesanato e Arte Popular, Artes Midiáticas, Design, Literatura, Gastronomia, Cinema e Música. E qual é o efeito prático? Além de uma validação internacional, está em pomover a cooperação internacional entre cidades que investem na criatividade, desenvolvimento urbano sustentável, inclusão social e vibrância cultural.
A economia criativa vive nas ruas
Festivais, feiras de empreendedorismo, editais de incentivo à produção cultural e um circuito gastronômico pujante são apenas algumas das mudanças que vimos nascer e crescer por aqui nesses últimos 10 anos.
E, vale dizer, economia criativa não é nada sem comunidade.
Em Santos, desde 2015 (e até antes, quando isso ainda estava ainda na esfera dos debates), podemos dizer que a economia criativa transformou a paisagem. Claro que ainda há muito o que se caminhar e criar nesse sentido. Não existe plano pronto e nem finito para isso – até porque estamos falando de criatividade, um asset infinito e sempre em movimento.
Um dos pontos altos dessa jornada para Santos foi o Encontro das Cidades Criativas da UNESCO, que parou a cidade em 2022. Adiado por conta da pandemia, trouxe para cá não apenas autoridades e criativos do mundo todo, como mobilizou o território em festivais, trocas e eventos.
Desde 2011, o Juicy Santos conecta as pontas da economia criativa em Santos. E, em 2022, com a chegada do Juicyhub, nosso hub de inovação, estamos cada vez mais imersos e imersas nesse ecossistema para ajudar a cidade na diversificação da sua receita que, basicamente, vem do porto.
Economia criativa em Santos em números
- mais de 8 mil MEIs (microempreendedores individuais) em Santos estão ligados à economia criativa
- 21 mil empresas do segmento
- 6,8 mil empregos diretos gerados
- 50 feiras de arte por ano
- 30 oficinas de capacitação para 620 profissionais na Casa do Artesão em 2023
E como Santos vai celebrar essa data?
Para começar, um dos símbolos mais emblemáticos da Cidade Criativa da Unesco, o bonde estacionado na Praça das Bandeiras (Gonzaga), está envelopado com esse tema. Mas isso é só o começo da programação que vai rolar ao longo do ano, com eventos, feestivais criativos, feiras, atividades nas Vilas Criativas, lançamento de publicações especiais, cursos e capacitações para quem trabalha na área.
Um spoiler: em comemoração ao Dia Mundial da Criatividade, em abril, o Festival GOMO de Criatividade retorna ao Juicyhub em sua segunda edição. Prepare-se para uma agenda incrível de pessoas e temas para pensar e viver a economia criativa com quem mais entende do assunto.
Bora criar por mais 10 anos?