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10 fatos sobre o Marapé, um dos bairros mais amados de Santos

Tempo de leitura: 7 minutos

No dia 13 de junho, é oficialmente o dia do bairro Marapé. Uma data que vai muito além do calendário, ela serve para lembrar as histórias, raízes e a identidade de um dos bairros mais carismáticos de Santos.

Com 71 anos (em 2025) desde a criação da sua Sociedade de Melhoramentos, o Marapé é daquelas regiões que conseguem ser ao mesmo tempo tranquilas e pulsantes. Tem fé, samba, vizinhança unida, arte na rua e aquele clima de vila dentro da cidade.

E se você acha que já conhece tudo sobre esse bairro de Santos, talvez se surpreenda com essa lista.

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Se liga nessas 10 curiosidades sobre o Marapé que mostram por que ele é tão especial na vida de milhares de santistas:

1. Fundação “oficial” em 1954

Comemora-se a criação da Sociedade de Melhoramentos do Marapé em 1954, mas a história do bairro é anterior. Já existiam chácaras de imigrantes japoneses cultivando hortaliças na região desde a década de 1920, junto ao movimento de expansão do Centro de Santos em direção à praia.

2. Nome de origem tupi‑guarani

“Marapé” vem de “Parapé”: mar + , ou seja “caminho do mar”, rota indígena que ligava o Centro de Santos à praia passando pelo bairro.

3. Bonde 37

A sua história está associada ao Bonde 37, às chácaras de imigrantes japoneses, capinzais, campos de várzea, à Igreja São Judas Tadeu e pés de goiaba.

4. Música dos operários

Os operários que viviam no Marapé tinham uma música própria para a região: “O 37 balança, o 37 balança, mas eu não vou a pé; O 37 balança, 0 37 balança, e balançando eu vou pro Marapé”.

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5. Maior cemitério vertical do mundo

A Memorial Necrópole Ecumênica, inaugurada em 1991, está no Guiness Book of Records como o mais alto cemitério vertical do planeta. Além disso, abriga o mausoléu de Pelé.

Atualmente, conta com mais de 17 mil lóculos distribuídos em 14 andares em 40 mil metros quadrados, sendo 90% desta área composta por reserva nativa e preservada de Mata Atlântica.

Tem salas de velório, cinerário, ossário, mausoléus, capela, um museu de veículos antigos com 56 exemplares, aviário com diversas espécies de aves, lagoas com carpas e tartarugas.

6. Santuário de devoção popular

O Santuário São Judas Tadeu é um dos maiores da cidade, atraindo fiéis de diversos lugares, especialmente no dia 28 de outubro, Dia de São Judas Tadeu, santo padroeiro conhecido como intercessor das causas difíceis e impossíveis

A igreja tem sua data de inauguração oficial em 9 de agosto de 1954, desmembrando-se das paróquias Imaculado Coração de Maria e Nossa Senhora do Carmo. No entanto, sua origem vem de antes, em 1940, quando foi criada a paróquia pelo Arcebispo Dom José Gaspar de Affonseca e Silva para atender ao crescimento da cidade. Inicialmente, as celebrações eram realizadas em uma pequena capela improvisada, que logo deu lugar a uma igreja provisória e, posteriormente, à construção da igreja definitiva inaugurada em 1944, conhecida hoje como “Igreja Antiga”.

Em 2021, a igreja passou à categoria de santuário, reforçando sua importância espiritual e cultural para Santos.

7. Berço do samba

O bairro é polo de cultura do samba, com agremiações tradicionais como União Imperial e Real Mocidade. Isso sem falar da clássica Roda de Samba do Ouro Verde.

A União Imperial surgiu da união de sambistas locais, muitos vindos de antigos blocos e grupos como o Bloco Carnavalesco Dengosas do Marapé e o G.R.E.S. Unidos da Ponte Vermelha, que já não desfilavam mais. Com as cores verde, rosa e dourado, e o símbolo da águia, a União Imperial rapidamente se firmou como uma das principais escolas de samba da cidade, conquistando diversos títulos no carnaval de Santos, especialmente nos anos 1980 e em fases recentes, quando voltou a brilhar com enredos que valorizam a cultura afro-brasileira e a história do samba.

Além da União Imperial, o Marapé já contou com outros grupos e blocos de samba que marcaram época, como os Academicos da Ponte Vermelha e o Bloco Embaixada de Santa Thereza, embora estes tenham perdido força ao longo do tempo.

Mas uma coisa é certa: o bairro tem uma vocação gigante para revelar talentos do samba.

8. Painel do Mercado do Marapé

Ícone do modernismo, o painel do Mercado do Marapé existe desde 1954. Você, talvez, nunca tenha parado para observa-lo. Da próxima vez, pare e olhe essa verdadeira obra de arte.

De autoria de Clóvis Graciano, ela decora a fachada do Mercado Público do Marapé, na confluência da Avenida Pinheiro Machado com a Rua Dom Duarte Leopoldo e Silva.

O painel utiliza a técnica de mosaico com pastilhas de vidrotil, conhecimento que Graciano adquiriu durante seus estudos em Paris no final da década de 1940. E a cena retrata aspectos da antiga comercialização e atividades econômicas da cidade de Santos, representando trabalhadores da região.

O painel enfrentou desafios de conservação ao longo dos anos, tendo quase se perdido quando algumas de suas pastilhas originais foram substituídas por outras brancas que destoavam da composição original.

Reconhecendo sua importância artística e histórica, a obra foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (Condepasa) em 1998 e posteriormente restaurada no ano 2001.

9. Cada vez mais vertical

Em 1994. a verticalização chegou com força ao bairro. Os chalés, característicos daquele lado da cidade, foram substituídos por prédios que, na época, tinham no máximo 9 andares (conforme o Código de Posturas do Município).

Essa transformação fez parte de um processo mais amplo que a gente vê em toda Santos, o município mais vertical do país. Sim, aqui cerca de 63% da área ocupada é de prédios, especialmente voltados para o público de alta renda. E isso tem gerado impactos no ambiente urbano e na acessibilidade para moradores de classe média e baixa.

O Marapé passou a conviver com essa verticalização espraiada, onde prédios altos foram construídos em áreas antes dominadas por habitações horizontais, alterando a paisagem e a dinâmica de suas vias. Essa mudança reflete tanto a valorização imobiliária da região quanto a pressão por maior densidade urbana em uma área insular limitada, o que trouxe desafios para a infraestrutura local e para a manutenção do caráter histórico e cultural do bairro, conhecido por seu forte movimento bairrista e pela preservação de algumas construções tradicionais.

10. Um clube diferente

Por lá, fica o Clube de Criadores de Curiós de Santos.

A associação valoriza e divulga a criação responsável do curió, pássaro bem conhecido no Brasil por seu canto melodioso.

A Rua Benedito Ernesto Guimarães, 91 virou um ponto de encontro para criadores e entusiastas da ave, promovendo eventos, torneios e atividades relacionadas ao canto do curió, que é uma prática tradicional cheia de significado.

O clube também organiza campeonatos de canto, como o Campeonato de Canto de Curiós do Litoral Paulista, fortalecendo a comunidade local de criadores da ave.

Por que o Marapé é inesquecível?

Com mistura de tradição e modernidade, o Marapé é aquele bairro que tem alma. É completo em estrutura, acolhedor no dia a dia e vibrante em cultura. Um pedaço de Santos que respira história e que merece ser celebrado — especialmente no dia 13 de junho.