Texto porLudmilla Rossi
Santos

Ouro Verde – 25 anos de samba

O samba é considerado por muitos o grande gênero musical brasileiro por excelência e aclamação. Nascida e mantida no seio da comunidade e com sua história toda construída por seus integrantes, a Roda de Samba do Ouro Verde, que em 2011 comemora 25 anos, pode ser considerada o mais legítimo representante do gênero na Baixada Santista. Retratar neste projeto parte desta história trata-se de uma singela homenagem, não apenas ao Ouro Verde, mas aos músicos da Baixada Santista, e a cultura popular brasileira.

OURO VERDE – 25 ANOS DE SAMBA

Sarau do Ouro Verde
Com a condução do cartunista Lauro Freire, o bate papo terá como ponto de partida as histórias do livro Cuíca no Velório, de Renê Ruas (músico do Ouro Verde), que narra fatos pitorescos ocorridos no Marapé, bairro sede do Clube Ouro Verde. Com a presença dos músicos da Roda de Samba do Outro Verde, que entre um causo e outro mostrarão, com a participação de músicos convidados, composições de seu repertório autoral.
Comedoria.
Não recomendado para menores de 16 anos
R$ 8,00 (inteira);
R$ 4,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino).
R$ 2,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes).
01/12. Quinta, 21h30.

Comunas do Samba – Roda de Samba Ouro Verde e Nelson Sargento
Exibição do episódio da série musical Comunas do Samba, produzida e exibida pelo SESCTV, que apresenta os músicos da Roda de Samba Ouro Verde, de Santos, com participação especial do sambista carioca Nelson Sargento. No repertório, clássicos do samba como Canta Brasil e Quem parte leva saudade e canções de Ary Barroso, Herivelto Martins e Zé Kéti.
Dia 02, às 20h, no Teatro
e dia 04, às 15h, na Sala 01.
Não recomendado para menores de 10 anos
Grátis.
02/12, 04/12. Sexta, às 20h e Domingo, às 15h.

 

Roda de Samba do Ouro Verde
Neste show comemorativo o grupo contará com as participações especiais de André Ruas (Pinguim), Conrado Pouza, JR, Julinho Bittencourt e Luiz Claudio, para celebrar os 25 anos de roda de samba do Clube Ouro Verde.
Teatro.
Não recomendado para menores de 16 anos
R$ 8,00 (inteira);
R$ 4,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino).
R$ 2,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes).
03/12. Sábado, às 21h.

 

Roda de Samba do Ouro Verde
Antonio Luiz dos Santos (Pytisca), Edeval Gonçalves (Carioca),
Fabio Rodrigues Gonçalves (Fabinho), Flavio Ruas, Jair Dias (Tinoco),
Luis Carlos Alonso (Pio), Luiz Alves Fernandes (Zinho), Mário dos Santos,
Mavignier Nonato da Silva Lemos (Mavi), Rene Ruas,
Roberto Antonio Cardoso (Robertinho).

Convidados: André Ruas (Pinguim), Conrado Pouza, Danilo Nunes, Delso dos Santos, Julinho Bittencourt, Luiz Cláudio, Matheus de Paula Alonso, Paulinho 7 cordas e Romildo G. Peronie.

Direção Artística: Julinho Bittencourt e Michel Pereira

Textos: Lauro Freire e Julinho Bittencourt

 

Sobre

Cronos, o deus do tempo, devorava os filhos assim que eles nasciam. O tempo continua engolindo seus filhos. A mundialização da cultura, as novas tecnologias, o consumo, o contínuo deslocamento de pessoas, o crescimento urbano, fazem com que manifestações culturais se misturem, sofram influências de culturas mais fortes e, muitas vezes, desapareçam.

Zeus conseguiu escapar da voracidade de seu pai, Cronos, e se tornou o deus supremo da mitologia grega. Como ele, assim também as culturas regionais resistem. E muitas vezes saem fortalecidas desse embate com o tempo.

A Roda de Samba do Ouro Verde é uma dessas manifestações e temos a sorte de ser nossa vizinha. Para festejar seus vinte e cinco anos de atividade, pede passagem e desfila, cheia de vida, sempre moderna como todos que impõem sua personalidade e com mais vitalidade que nunca.

O SESC abriga esta festa e festeja junto. Como os poetas, já chamados de “antenas da raça”, compreende o tempo em que vive, promove um debate cultural vivo. Traz para seu interior e reflete manifestações culturais de todos os lugares e tempo, dando-nos a oportunidade democrática de decidirmos, nós, o que deve ficar, o que nos encanta.

A Roda de Samba do Ouro Verde nos leva nos seus instrumentos e vozes; nos seus sambas temos o consolo para tristezas, um sorriso a mais para a alegria e um ponto de encontro para permanecermos fortes. Com ela cantamos o samba de um tempo que nos traz mais vida e enganamos um tempo que quer nos devorar

Quando recebemos a visita de amigos de outras cidades corremos a mostrar, com um tanto de orgulho, a nossa. Os lugares que nos foram mais caros, as ruas da nossa infância entre muitos outros. Da minha parte um daqueles que nunca escapa é a Roda de Samba do Ouro Verde, que fica no coração do bairro do Marapé, ali na Rua Nove de Julho, recém proclamada com toda justeza a Rua do Samba.
É de bom tom chegar devagar. Que olhem com calma as medalhas e troféus, avisos e placas de homenagens. Os mais atentos vão poder sentir as vozes do passado que por ali ainda soam. E então, quando o samba começa, vale explicar quem é quem. O maestro é o Zinho. O outro é o Tinoco. Do lado dele o Seu Flávio, depois o Pio, o Durval, Carioca, Fabinho, Mavi. Em frente o Renê, Mário, Pitisca e Robertinho.

A turma já existe há 25 anos. Mas quem conhece direito sabe que eles estão por lá desde muito antes, se espalham e se multiplicam pela vizinhança. Alguns dos “meninos”, que já invadem a casa dos sessenta, vêm juntos desde os tempos de colégio. E foi assim, ali pelo bairro, desde quando ainda não havia asfalto, que eles aprenderam o samba que compartilham, as canções com que abraçam toda a gente. Um samba que veio de bem antes e com eles parte para muito adiante.

Mostrar a Roda de Samba do Ouro Verde aos nossos amigos é prova de amor. É deixar que saibam do que somos feitos.