Texto porLuiz Gomes Otero

Simple Minds investe no som acústico

Volta e meia, bandas se aventuram em projetos acústicos para revisitar sua obra. Ou, pelo menos, para tentar trazer para perto um público que as guitarras, de uma certa forma, deixavam mais distante.

A fórmula, que teve seu auge nos anos 90, mas caiu um pouco em desuso na década seguinte, volta a se repetir com a veterana banda britânica Simple Minds, um dos ícones do pop rock oitentista.

simple_minds3

Não deixa de ser interessante ouvir as músicas do Simple Minds sem as camadas de sintetizadores e guitarras das gravações de estúdio. Porque era assim que as músicas eram mostradas nas rádios.

E o resultado acaba surpreendendo quem esperava ouvir um tipo de som repetitivo e sem criatividade de Jim Kerr (vocalista, líder e principal compositor da banda) e sua trupe.

O disco abre com The American. E, em tempos de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos, a frase I´m Walking In The Black (Eu estou andando de preto) pode soar como uma crítica, muito embora a canção seja mais antiga.

simple_minds5

Uma surpresa agradável vem na segunda faixa, Promised You A Miracle, que tem participação nos vocais da cantora britânica KT Tunstall, em dueto com Jim Kerr. Fica divertido ouvir a nova geração de pop rock unir forças com os veteranos.

Gostei muito de Glittering Prize, que ficou mais crua e autêntica em sua versão mais acústica. O mesmo ocorreu nas faixas See The Lights e Chelsea Girl, que não perderam suas raízes oitentistas, digamos assim. Waterfront não traz nada de muito diferente em relação à versão original. Mas é sempre interessante ouvi-la, seja com guitarras, seja com os violões acústicos.

simple_minds7

Os dois hits supremos do Simple Minds estão nesse trabalho acústico. Alive And Kicking e Don´t You Forget About Me também não estão muito diferentes das versões originais. Mas ficaram ótimas. Porque são hits pop prontos e sempre atuais.

N0 final das contas, Simple Minds Acoustic é uma bela desculpa para o público que curte o som dos anos 80 redescobrir essas canções que tanto tocaram naquela década nas rádios.

E, para quem não conhece a banda, funciona como uma boa oportunidade para ver o que Jim Kerr ainda pode aprontar nos próximos anos. Alive and kicking!