Texto porLuiz Gomes Otero

Ray Davies segue a trilha de Americana

Fundador de uma das bandas inglesas mais emblemáticas dos anos 60, The Kinks, Ray Davies segue em sua carreira solo produzindo pérolas musicais.

Em seu mais recente disco, Americana, ele se rende aos encantos que a música produzida nos Estados Unidos proporciona até os dias de hoje. E esse trabalho já vem sendo elogiado pela crítica especializada no exterior.

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Davies é o que chamamos na música de storyteller (contador de histórias), tamanha a sua capacidade de captar cenas do cotidiano e mostrá-las em letras de música, com melodia incrivelmente ricas.

É um dos produtos da chamada Invasão Britânica dos anos 60 que resistiu ao teste do tempo, com certeza.

O Kinks exerceu uma influência enorme sobre a maioria das bandas de rock que veio depois.

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O disco abre com a balada folk que dá nome ao disco. Ela envolve o ouvinte em um clima de nostalgia pura. Uma saudosismo, aliás, justificado pelas influências que Davies recebeu dos rockers pioneiros e da música folk produzida em solo da Terra do Tio Sam.

O que se ouve depois é uma sucessão de canções bem construídas, com o selo Davies de qualidade. The Deal tem refrões bem no estilo pop que Davies tanto ajudou a popularizar nos anos 60. E Message From The Road é o tipo de música que você gostaria de ouvir no final de uma tarde, depois de um dia cansativo de trabalho.

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Não deixe de ouvir as faixas The Mystery Room e Place In Your Heart (cantada em dueto com a cantora Karen Grotberg), que poderiam estar em algum disco atual dos Kinks. E em Great Highway, há um riff marcante de guitarra na introdução, com um refrão irresistível para o ouvinte cantar ou assobiar.

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Americana confirma a genialidade de Ray Davies e, felizmente, dá sinais de que a aposentadoria está bem longe de acontecer. E que ele continue produzindo outras pérolas musicais com esse mesmo pique criativo.

Vida longa ao gênio!