Os 50 anos de um clássico do rock

O álbum Sgt Pepper´s Lonely Hearts Club Band completou 50 anos.

E ainda é apontado como um marco na carreira dos Beatles e na história do rock.

Foi um grande avanço em termos de produção fonográfica, com muitas experiências realizadas em estúdio, sempre sob a batuta do genial George Martin.

Naquele período, os Fab4 estavam desiludidos com os shows ao vivo. Cansaram da histeria coletiva que provocavam em qualquer lugar que estivessem.

Em 1966, os álbuns Rubber Soul e Revolver já traziam alguns sinais de que algumas mudanças estavam por vir no som da banda.

Em 1967, eles radicalizaram. Decidiram não mais sair em turnês e resolveram colocar em prática um projeto inicialmente idealizado por Paul McCartney, que depois passou a ter contribuições dos demais integrantes.

O que poucos se lembram é que o single com Strawberry Fields Forever e Penny Lane poderia ter sido incluído nesse álbum. Só não foi porque a gravadora decidiu lançar essas canções em compacto simples. E depois entraria no disco com a trilha do especial Magical Mystery Tour.

Paul trouxe a faixa de abertura que deu nome ao disco, um rock bem alto astral. E depois Ringo Starr assume o vocal de forma brilhante em With A Little Help From My Friends. John Lennon vem na sequência cantando Lucy In The Sky With Diamonds, inspirada em um desenho feito por seu filho, Julian.

Nas faixas seguintes, percebe-se o clima sinfônico que McCartney pretendia alcançar na sonoridade. She’s Leaving Home, com sua introdução de harpa e arranjo orquestral, e Fixing A Hole trazem um certo ar erudito para a produção, mas sem perder de vista a visão de pop que eles traziam desde os tempos iniciais.

Being For The Benefit Of Mr. Kite!, uma contribuição de Lennon inspirada em um cartaz antigo de circo, e Within You Without You, de George Harrison, na época cada vez mais envolvido pela cultura indiana, são outros pontos altos do clássico.

As duas canções de McCartney que dão sequência são absolutamente geniais. When I’m Sixty Four e Lovely Rita têm um toque de criação melódica característico dele, ainda que sejam assinadas em parceria com Lennon.

O disco segue com um rock despretensioso de Lennon (Good Morning, Good Morning) e uma versão curta tipo jam session de Sgt Pepper’s.

E fecha com chave de ouro com A Day In The Life, resultado de uma parceria de Lennon, que fez a primeira parte, com McCartney, que ficou encarregado da segunda parte.

A canção, que traz cenas do cotidiano de Lennon, traça o caminho que a sonoridade da banda passaria a ter nos trabalhos seguintes, buscando sempre coisas novas em estúdio e produzindo verdadeiras obras-primas.

Mesmo depois de passado todo esse tempo, o disco ainda é apontado como um dos mais influentes de todos os tempos.

Goste você ou não, é impossível não associar esse álbum com a história do rock, com tudo o que viria a ser feito nos anos seguintes, em termos de música pop.