Propostas dos candidatos à presidência para a comunidade LGBT

As eleições 2014  estão batendo na nossa porta. Logo menos, vamos decidir que ira comandar o país nos próximos anos.

Eu ainda não tenho todos os meus candidatos, estou pesquisando pra não me arrepender depois e não ter que ficar quatro anos reclamando.

A Flavia Saad já havia me dado esta pauta há meses atrás. Missão dada, missão cumprida. Fui pesquisar o os programas de governo protocolados no TSE.

Os partidos já estão mexendo seus pauzinhos para adquirir maior ou menor apoio (e grana) dos irmãos religiosos e isso respinga diretamente em nossa comunidade LGBT.

Não temos tantas experiências positivas vindas do governo a nosso favor…

De fato, o governo que fez mais ações concretas em prol dos gays, lésbicas, transexuais e travestis foi o de Luís Inácio Lula da Silva (PT). Ainda que, com a aliança com o PR (Partido da República), dos líderes evangélicos, os petistas conseguiram: realizar duas Conferências Nacionais LGBT (2008 e 2011), criar uma Coordenação de Promoção dos Direitos LGBT, um Conselho Nacional LGBT e o programa Brasil Sem Homofobia (2004), além de fazer um pacto com os movimentos sociais para garantir a transversalidade das questões LGBT nos ministérios e secretarias do governo federal.

Não, eu não estou fazendo campanha pro PT.  Achei pertinente deixar isso claro, porque muitas dessas ações passam despercebidas por grande parte da comunidade que não milita ou tem uma vida mais privilegiada.

Não me espanta descobrir que nenhum dos candidatos pensa de fato na comunidade LGBT com carinho, atenção e principalmente não se posiciona com clareza a respeito deste assunto.

Campanhas politicas dependem de apoios financeiros, trocas de favores e fica muito claro que, nenhum dos candidatos, quer se aprofundar nestas questões, tidas como polemicas em nosso país, com medo de perder aliados importantes. Como se a comunidade LGBT fosse pequena e como se os gays, não formassem opinião.

Confira abaixo um resumo das propostas dos candidatos à presidência do Brasil para a comunidade LGBT: 

Dilma

No plano de Governo, a comunidade e lembrada apenas uma vez utilizando o termo OPÇÃO SEXUAL. Mas já sabemos que sexualidade, não e uma opção e sim uma ORIENTAÇAO. Dessa forma, já da pra sentir o despreparo da equipe pra lidar com questões LGBT. Não há menções a casamento entre pessoas do mesmo sexo, criminalização da homofobia, politicas para travestis e transexuais.

Acho curioso um Governo que discutiu politicas publicas e culturais para o nosso segmento, não ter nenhuma proposta clara para a comunidade.

Lembrando que no Governo dela houve avanços: foi criado o Relatório de Violência Homofóbica no Brasil (2011 e 2012), que pela primeira vez contou com dados oficiais do governo acerca das violações de Direitos Humanos contra LGBT no país. Também foi criada a terceira versão do Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH), que pouco tem de diferente da segunda versão do plano feita pelos tucanos, mas que garante a não discriminação por orientação sexual e união entre pessoas do mesmo sexo e também o Sistema Nacional de Promoção de Direitos e Enfrentamento à Violência Contra Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – LGBT.

Mas não vamos esquecer-nos do vexame da retirada de um kit educativo importante para o ensino da sexualidade de forma inclusiva nas escolas, que ficaram conhecidos como ‘kit-gay’. Por pressão dos aliados evangélicos e da oposição fundamentalista raivosa, o material foi retirado de circulação.

Marina Silva

Em seu programa de Governo ela alega que grupos LGBT ajudaram a criar suas propostas para a comunidade. Diz que vai lutar para combater discriminações de gênero Todos sabemos que ela e evangélica e que já se posicionou contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo em outra campanha.  Não existem propostas claras para os LGBTS em seu plano de Governo.

Então fiquei em duvida quem seriam os LGBTS que ajudaram a elaborar esse plano sem prever qualquer mudança nas Leis para garantir os direitos básicos?  Se alguém souber, me conta? 

Aécio Neves

Em seu plano de Governo, ele apresenta cinco diretrizes para a comunidade LGBT dentre elas: A elaboração do 4º Plano Nacional de Direitos Humanos para aperfeiçoamento das políticas públicas relativas aos direitos humanos, incluindo LGBT, ampliação da participação da Comunidade LGBT nos debates do Programa “Brasil Sem Homofobia”, e apoio a linhas de pesquisa universitárias relativas à questão étnico-racial e de diversidade sexual.

Ele afirma que o casamento igualitário e coisa do passado. Não seria uma forma de fugir da questão ao invés de se aprofundar no assunto?  O plano não apresenta qualquer pensamento em ações efetivas para LGBTS, fica tudo meio conceitual, saca?

Pastor Everaldo

Obviamente, não é a favor da comunidade e não apresenta nenhuma proposta pra comunidade. Bom, ao menos, não foi vaselina. Mas duvido que as gays votem nesse cara.

Luciana Genro

A candidata do PSOL, Luciana Genro. Com tranquilidade de quem não se aliou a governo nenhum e também nunca esteve no poder executivo nacional, o PSOL pretende deixar claro as suas posições sobre o tema. A defesa aberta aos direitos dos LGBTs e à união entre homossexuais sempre foi feita pelos representantes do partido dentro e fora do Congresso. O deputado Jean Wyllys (RJ) é próximo da candidata e um dos parlamentares que mais defendem minorias.

Diante destas opções presidenciáveis, olhar o todo é bom para não sermos pegos desprevenidos na defesa dos melhores nomes pra representar os nossos direitos nesta eleição.

Termino este post com duas palavrinhas: Tá puxado!