Texto porLuiz Fernando Almeida

The Normal Heart: um tapa na cara da sociedade

Ontem eu assisti The Normal Heart.

O filme, produzido pela HBO, estreou este ano, mas eu só consegui assistir ontem, após a recomendação de um amigo.

Com Mark Ruffalo, Matt Bomer e Julia Roberts, novo filme do canal HBO narra a trajetória de um grupo de ativistas que enfrentou o preconceito e a injustiça em uma época em que a doença não tinha nome e era conhecida como “câncer gay”.

www.juicysantos.com.br - filme hbo

Doeu muito assistir ao filme porque sou de uma geração que viu muita gente partir.  É um soco no estomago, um alerta pra new generation.

Não vou comentar o filme, não sou crítico de cinema. Vou apenas recomenda-lo em caráter de urgência a esta nova geração gay e também aos homens que fazem sexo com homens, assistam a esse filme e comecem a repensar seu comportamento sexual e entender que a população LGBT tem força e deve se unir na luta pelos seus direitos.

Mais de 30 anos separam os acontecimentos da história e o lançamento de “The Normal Heart” na HBO. As condições de quem contraiu o vírus HIV nos últimos anos já não são miseráveis e todo mundo sabe que é completamente possível ter “uma vida tranquila” sendo soropositivo.

Santos foi considerada a ‘capital nacional da Aids’ durante duas décadas por possuir o maior número de casos da doença proporcionais à população da cidade, Entre os anos 1980 e 2000, Santos viu o número de infectados crescer de forma descontrolada.

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Dados divulgados pela Unaids, programa das Nações Unidas sobre HIV/AIDS, apontaram que o índice de novos infectados pelo vírus no Brasil subiu 11% entre 2005 e 2013.

No mesmo período, a quantidade de casos no mundo caiu 27,5%. Em Santos, essa tendência é se estabilizar.

Os números apresentados pela Prefeitura de Santos mostram uma queda nos diagnósticos nos últimos anos. Em 2010 foram 156 novos casos de infecções, enquanto em 2011 foram 140 e, em 2012, 97. Em 2013, porém, a administração municipal registrou uma leve alta, quando 99 pessoas contraíram o vírus. Em 2014, segundo os dados mais atualizados, referentes ao período que compreende janeiro a maio, foram 24 casos registrados.

Mas ainda existe muita gente vivendo perigosamente. Os barebackers proliferam na internet e nos aplicativos, os homens casados não querem usar camisinha em suas puladas de cerca, e a nova geração de gays, que não vivenciou o medo da doença e não dá muita trela pro uso de preservativos. Eles entendem que existe um remédio que “resolvera seus problemas”. Mas não é bem assim, e a gente sabe disso, né?

É preciso estar atento e forte!