Texto porLuiz Fernando Almeida

O polêmico gene gay

Para levantar ainda mais polêmica a respeito de como nasce um indivíduo gay, um novo estudo sobre a genética dos homossexuais trouxe novas questões e algumas respostas sobre quais os fatores conduzem à orientação sexual de alguém.

A pesquisa foi desenvolvida pela Associação Americana para o Avanço da Ciência, em Chicago (EUA), sob o comando de Michael Bailey, psicólogo da universidade Nortwestern, que foi duramente criticado pela comunidade gay norte-americana por sua iniciativa.

O relatório do estudo indica que alguns homens gays compartilham de uma característica genética no cromossomo X, denominada Xq28, que oferece 40% de chance da pessoa ser identificada como homossexual.

Apesar da conclusão, Bailey alerta para o fato de que nem todos os homens gays têm o marcador genético e nem todos aqueles que possuem o marcador genético são gays. Assim, a genética pode desempenhar um papel fundamental para esclarecer algumas probabilidades, mas não é alo completamente determinante.

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“A orientação sexual não tem nada a ver com a escolha… O estudo mostra que há genes envolvidos na orientação sexual masculina. Embora isso possa resultar em um teste no futuro para a orientação sexual masculina, não seria algo muito preciso, uma vez que existem outros fatores que podem influenciar o resultado”, avalia o psicólogo.

Bailey ainda acrescenta que a pesquisa pode não oferecer respostas definitivas, além de levar em conta que existem fatores ambientais que influenciam no comportamento sexual. Contudo, ele esclarece que os registros servem para sugerir que há genes em jogo para dar indícios à orientação sexual.

Como conclusão final, fica a ideia de que é algo realmente complexo saber por que há pessoas que se interessam por outras do mesmo sexo. Há muitas perguntas e poucas respostas, e constantes pesquisas são realmente necessárias para responder o que provoca a atração pelo mesmo sexo? Qual e o problema nisso?

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Muita gente acredita que a ciência deveria deixar essa polêmica de lado. O argumento é que gays existem e pronto – não há nada além disso para entender. Para elas, perguntar sobre o que leva uma pessoa a ser gay é uma atitude preconceituosa que supõe que a heterossexualidade não precisa de explicação. Cientistas, no entanto, defendem a necessidade de pesquisa, argumentando que elas podem acabar – ou pelo menos diminuir – preconceitos. “Os homossexuais são muitas vezes acusados de exibir um comportamento não natural. A única maneira de refutar essa acusação é pesquisar as causas das diferentes orientações sexuais”, diz a bióloga transexual Joan Roughgard, professora da Universidade Stanford e autora do livro Evolution’s Rainbow (“Arco-Íris da Evolução”, sem tradução em português), em que analisa cerca de 300 casos de comportamento homossexual entre animais.

Outro argumento pró-pesquisas diz que saber a origem do próprio comportamento aplaca um pouco a ansiedade. Vemos a preocupação do homossexual em não ser discriminado, mas também a dos pais, que se sentem responsáveis e querem entender até que ponto esse sentimento procede.

Acho que as pesquisas não nos afetam em nada. Mas concordo com este argumento de que elas podem ajudar muitas famílias a entenderem a homossexualidade e também ajudar a diminuir o preconceito. Por mais inacreditável que parece, em 2014, vivemos essa caça aos gays. Nos últimos meses, lemos diariamente noticia de crimes de ódio, preconceito em todo o mundo. Deixo aqui a pergunta que não quer calar: Quando vamos ter paz para viver nossas vidas do jeito que somos? Está bem puxado! Tomara que algum cientista desses chegue a uma conclusão e que o mundo pare de perseguir quem só deseja ser feliz.