Texto porLuiz Gomes Otero

Lojas de discos em Santos – a saudade que ficou

Houve um tempo em que todo centro de compras ou shopping center santista tinha como regra geral contar com uma boa loja de discos. Até mesmo no Centro da Cidade era possível encontrar vários estabelecimentos desse tipo, oferecendo um atendimento especial para os amantes dos mais variados estilos musicais.

Mas essa realidade mudou nos últimos anos. Muitas delas fecharam as portas por não conseguirem competir com a pirataria e com os downloads gratuitos baixados na internet.

Este post é para relembrar as lojas de discos em Santos. Vem com a gente nessa viagem no tempo…

Lojas de discos em Santos

Para quem acompanhou a época dos velhos discos de vinil, é impossível evitar um sentimento de saudade e perda ao recordar os estabelecimentos que acabaram sucumbindo ao avanço da pirataria e aos downloads disponibilizados pela internet.

Casa do Disco

Um dos mais antigos, que eu me recordo – nasci em 1965 – é a Casa do Disco, que funcionava na Rua João Pessoa, no Centro, no trecho entre as ruas Martim Afonso e Brás Cubas. Esse estabelecimento vendia instrumentos musicais e aparelhos de som, além é claro dos discos de vinil e fitas cassete. Segundo alguns, ela já vendia os vinis de 78 rotações no passado (nos idos dos anos 50).

Rede Prodisc

A rede Prodisc foi uma das mais fortes de Santos em sua época. Creio que o auge da rede aconteceu nos anos 80, quando encontrávamos lojas até nas cidades vizinhas de São Vicente, Guarujá e Cubatão. Em Santos, a principal delas ficava na Praça Mauá, bem próxima da Loja Americanas. E havia outra na Rua Braz Cubas, esquina com General Câmara. No Gonzaga, a rede tinha lojas nos dois pavimentos do Shopping Parque Balneário, que contavam com funcionários atendendo com qualidade, que auxiliavam o cliente a encontrar algo do seu agrado.

Lembro de ter feito matéria em 2010 com o empresário dono da rede, o seu Alcides, quando a Prodisc encerrou as atividades. Na ocasião, ele não conseguia escondir um sentimento de tristeza ao ter que fechar as portas pela última vez da última loja da rede, a da Praça Mauá.

Marimba

A Marimba, que estava localizada na Rua Martim Afonso, entre as ruas João Pessoa e General Câmara, foi uma que tentou resistir o quanto pôde. Seu proprietário, o seu Delmiro, tinha mais de 50 anos de atuação no ramo e cansou de ver as despesas aumentarem e o lucro das vendas diminuir de forma vertiginosa nos últimos anos.

Lojas no Gonzaga

O Gonzaga já foi um pólo interessante de venda de discos. Além das já citadas lojas da Prodisc, havia a Opus Laser, que marcou época na Rua Floriano Peixoto e, durante um curto período, no Shopping Parque Balneário. Ganhar um vale-cd da Opus era garantia de um presentão no aniversário…

E quem não se lembra da Tremendão Discos e Fitas, que ficava na Avenida Ana Costa, no térreo de um edifício com uma galeria comercial? Nessas duas lojas –Opus e Tremendão – o cliente sempre acabava encontrando o disco que estava procurando, além das tentadoras promoções que remarcavam preços 50% mais barato.

Quem restou?

A Musical, que se associou a rede Top Discos, mantém acesa a chama do comércio de discos no Centro, bem no coração da Praça Mauá. Apesar de manter uma certa diversidade em seu estoque, está longe de lembrar os seus áureos tempos dos anos 80, quando era uma referência importante do ramo de discos.

No Gonzaga, restaram 3 lojas: a Top Discos, que está em uma galeria comercial entre as ruas Floriano Peixoto e Marechal Deodoro, a Ferrs, que está no piso térreo do Shopping Parque Balneário. Esta é bem completa em termos de acervo. É possível encontrar vários lançamentos, nacionais e importados, dos mais variados estilos. Tem também a Blaster, que vende discos e DVDs alternativos.

Claro que duas redes de hipermercados – Extra e Carrefour – vendem CDs e DVDs. Mas não há qualquer serviço de atendimento especializado. O comprador que se vire para procurar o que está querendo.

Estes foram apenas alguns exemplos de lojas de disco que eu me recordo.

Com certeza, você leitor tem algum parente mais velho, que vai se lembrar de alguma outra loja que funcionava em determinado bairro. Mas o único consenso é que esse ramo está caminhando cada vez mais para uma eventual extinção no comércio, indo na contramão do que acontece no exterior, onde as lojas de discos seguem como pontos de cultura e informação musical.

Se você tem alguma lembrança de loja que não está no post ou quer contar uma história sobre essas lojas, deixe nos comentários!