Doação de sangue da comunidade LGBTI+: como funciona no Brasil
Você sabia que, até o ano de 2021, a doação de sangue da comunidade LGBTI+ era proibida no Brasil?
Homens que transam com outros homens estavam impedidos de salvar a vida de até quatro pessoas. Assim como travestis e transexuais. A batalha, iniciada em 2017, teve aprovação do Senado Federal em novembro de 2021. Fabiano Contarato (Rede-ES) foi autor do projeto de lei.
Doação de sangue da comunidade LGBTI+
Porém, antes disso, houve um julgamento no Superior Tribunal Federal (STF) A decisão do STF diz que impedir pessoas LGBTI+ de doar sangue é inconstitucional.
Se você não sabia, até então homens que transaram com outros homens não podiam doar sangue no período de 12 meses do último ato. Esta regra acabava impedindo também travestis e mulheres trans de doar, já que tinham seus corpos lidos como masculinos em muitos hemonúcleos.
Como é no mundo
Em outros países, a situação é diferente. Nos Estados Unidos, desde 2015, homens que fizeram sexo com outros homens em 12 meses não estavam aptos. Em 2020, devido aos desafios da pandemia, os EUA mudaram os critérios de doação, diminuindo para 3 meses. Essa norma também se aplica a mulheres que fizeram sexo com homens gays ou bissexuais, assim como pessoas que fizeram uma tatuagem ou piercing e quem viajou para um país onde o risco de Malária é alto.
Este artigo no site CDD explica muito bem o porquê de a doação de sangue pela comunidade LGBTQIA+ ser um tabu.
“A regra da proibição de doação de sangue por homens gays ainda é um tabu enraizado, por ter surgido nas décadas de 1980 e 1990, devido ao surto de AIDS e HIV. “Quando ainda nem havia o teste para o HIV, o simples fato de ser homossexual colocava a pessoa em suspeita para doar sangue. Por isso, se criou nos bancos de sangue essa restrição, que hoje não tem mais nenhum sentido em existir”, explica o médico Dráuzio Varella, em vídeo para o seu portal.
O nome “grupo de risco para o HIV” foi trocado para “comportamento de risco para o HIV” quando as pesquisas sobre o tema tornaram-se mais robustas e perceberam que não era o homem gay o símbolo da doença, como se acreditava no fim dos anos 80, e sim o sexo desprotegido. Não era a hemofilia, mas sim a transfusão de sangue não testada. Não era a droga injetável, mas sim o compartilhamento das seringas”.
Onde doar sangue em Santos
Doar sangue é fundamental para a saúde pública.
Aqui em Santos, é possível doar sangue em dois endereços: no Hospital Guilherme Álvaro e na Santa Casa de Santos. Interessados em doar devem ter em mãos um documento original com foto. Além disso, precisa:
- Ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos;
- Pesar, no mínimo, 50 kg;
- Ter dormido, pelo menos, 6 horas nas últimas 24 horas;
- Estar alimentado (evitar alimentação gordurosa nas 4 horas que antecedem a doação).