Texto porLuiz Gomes Otero

CD resgata The Doors no Festival de Wight em 1970

O registro antológico da banda The Doors no Festival da Ilha de Wight em 1970, na Inglaterra, foi lançado em disco.

O CD reúne um repertório enxuto, com canções do início de carreira do grupo, e representa o epílogo artístico do vocalista, Jim Morrison, que morreria meses depois na França, em condições até hoje envoltas em mistério.

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A performance no palco da Ilha de Wight mostra os três companheiros de Morrison – Ray Manzarek (teclados), Robbie Krieger (guitarra) e John  Densmore (bateria) – em ótima forma, praticando longos solos e desenvolvendo as canções com a mesma energia do início.

E tal situação contrasta com a figura de Morrison, mais gordo e com barba, bem distante do mito sexual que ele ajudou a criar nos anos 60.

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O vocal de Morrison está firme. Mas a postura quase sempre estática no palco, se apoiando no pedestal no microfone, acabou revelando um certo ar de enfado, motivado pelos problemas com o alcoolismo e com o consumo de drogas.

Creio que ele estava de saco cheio das polêmicas e da própria roda viva em que acabou entrando em sua carreira. Ele chegou a ser preso por provocar atos considerados obscenos em um show realizado em Miami em 1969. E o momento, naquela época, parecia exigir uma reformulação da carreira.

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O disco traz um repertório que vai agradar aos fãs do The Doors.

Começa com a ótima Roadhouse Blues e segue com as clássicas Break On Through (do primeiro disco) e Back Door Man (do bluesman Howlin’ Wolf). E traz ainda Light My Fire (talvez o hit mais conhecido da banda) e When The Music Is Over, além de Ship Of Fools, encerrando de forma apoteótica com a soturna The End.

Trata-se de um registro curto feito para o formato do festival, que reuniu outros astros do rock da época, como Jimi Hendrix e The Who. Mas ainda assim vale a pena ser conferido.