Texto porLuiz Gomes Otero

Os 40 anos de Grease e o brilho de uma época

Vamos falar dos 40 anos de Grease.

O longa foi um dos últimos musicais que provocaram longas filas nas portas do cinema.

Apesar de ter sido lançado em 1978, em plena era da discoteca, era completamente retrô. Isso porque se ambientava no final dos anos 1950, quando a juventude americana viva um sonho de amor e rebeldia embalada pelo rock’n roll.

Da Broadway para os cinemas

Grease foi inspirado no musical homônimo da Broadway. O espetáculo, inclusive, bateu recorde de temporadas, perdendo o posto anos mais tarde para A Chorus Line. A receita do sucesso parecia simples. Uma história de amor entre adolescentes que terminavam o colégio e as tramas que envolviam seus grupos de amigos.

Tudo, claro, regado com músicas milimetricamente compostas para embalar essas aventuras, figurinos caprichados e toda uma ambientação que evocava a nostalgia da época.

Isso conquistou uma legião de fãs enorme.

Mesmo hoje, passados 40 anos, ainda há quem ache esse musical uma das melhores coisas que aconteceram na telona.

Mas foi a escolha da dupla central do filme, John Travolta e Olívia Newton-John, que definiu todo o sucesso.

Ambos estão jovens e convincentes em seus personagens: Danny e Sandy.

O grupo de amigos de Danny, os T-Birds, são impagáveis, com várias sacadas bem-humoradas, típicas do final dos anos 50.

O lado curioso é que Travolta havia encenado a peça como coadjuvante no teatro nos anos 1970. E seu amigo na trama, Jeff Conaway, protagonizou Danny. Ou seja: ambos já conheciam bem o enredo e estavam bem à vontade em seus personagens.

Os 40 anos de Grease: a trilha sonora

A música é, definitivamente, um dos personagens centrais de Grease.

A trilha sonora traz vários clássicos da época em releituras feitas, na maioria das vezes, pelo grupo Sha-Na-Na. E a música-tema que toca na abertura é de autoria dos Bee Gees, apesar de ser cantada por Frankie Valli, um dos ícones dos anos 50 e 60. Foi feita sob encomenda do produtor Robert Stigwood aos irmãos Gibb.

No musical, Travolta se dá bem cantando Greased Lightning (a coreografia é antológica e se inspira muito no Jailhouse Rock, de Elvis Presley) e a balada Sandy (quando leva um fora da namorada no drive-in).

Olívia sola a bela balada Hopelessy Devoted to You, também composta especialmente para o filme por John Farrar.

Os dois duetos que Travolta e Olívia protagonizam são antológicos, seja nas coreografias, seja nas canções em si.

Summer Nights é de uma pureza tão singela, que mesmo quem não viu o filme acaba se identificando com ela. E o que dizer de You’re The One That I Want, na cena em que Sandy se veste como femme fatale para conquistar de vez o coração de Danny e ele, por sua vez, se caracteriza como bom rapaz para convencer a amada.


Nostalgia pura

Na época, lembro que, com meus 13 anos, curtia o filme. Vi várias vezes na antiga Cinelândia do Gonzaga e fiz festinhas com os amigos reproduzindo as coreografias (dentro do possível, é claro) e chamavámos as garotas pra dançar. Realmente foi um período bem alegre e divertido para quem viveu.

Atualmente, poucos musicais conseguem causar o mesmo furor de Grease. O gênero mudou bastante como, por exemplo, com La La Land e Mamma Mia. Creio que o segredo do sucesso, nesse caso, foram a entrega e a identificação que os dois atores e o elenco tiveram com a história. E quem tiver alguma dúvida, vale rever o filme em DVD ou streaming.

Grease is the word!