Texto porLudmilla Rossi
Santos
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Vários Coelhos com uma “cajadada” só

Em janeiro, mais especificamente no dia 20 desse ano o filme Dois Coelhos estreou nos cinemas. Muita gente sabe que Santos foi a cidade escolhida para a pré-estreia: o diretor, Afonso Poyart é santista. Além disso, a protagonista Alessandra Negrini passou bons anos de sua vida morando aqui. Quem curte e torce pelo cinema nacional teve uma grata surpresa: Dois Coelhos surpreende e anima.

O Afonso sempre foi um cara pioneiro e fez muito pelo mercado publicitário de Santos. Digamos que hoje todo mundo pode editar, filmar, produzir e distribuir projetos em vídeo muito bacanas mas nem sempre foi assim. Poyart abriu o caminho para as empresas de pós-produção audiovisual atuarem por aqui depois de estabelecer um padrão de qualidade bastante apimentado para a época pré-Internet (de referências acessíveis a todos).

Senti muito orgulho da obra cinematográfica como um todo. Dois Coelhos é um filme que cutuca santistas criativos da nossa geração. É uma obra que arranca de vez aquele manto de “coitadinho” do mercado audiovisual santista (e também do brasileiro). Orgulho e palavra tanto levantada por Toninho Dantas e pelo seu Curta Santos. A mistura de elementos de pós com bons takes deixa qualquer espectador bastante impressionado.

Entrei na sala de cinema com a expectativa alta, afinal já conhecia muitos dos trabalhos da produtora do diretor. Ao ver o trailer, pensei comigo: “isso é um trailer ou um showreel de produtora?“. Questionamento em vão, pois a dose escolhida pelo Afonso entre cenas do longa e gráficos é realmente perfeita.

Outro detalhe que pode parecer banal mas é uma boa perspectiva: em muitas cenas Afonso não teve recursos “reais”. Muita técnica de pós foi usada para suprir essa falta de recursos, jogo de cintura bastante característico do mercado publicitário (principalmente o regional).

Ok, não estou enaltecendo só efeitos e estética: o roteiro é muito bom também. E digamos que é bastante incomum assistir a um roteiro compatível, urbano e jovem ambientado num local tão perto nós, com atores brasileiros e uma realidade tão próxima.

O filme fala de corrupção, erros imperdoáveis, amor, arrependimento, família, estratégia, tragédias. Se você ainda não assistiu e quer ficar com mais vontade, dá uma olhadinha na entrevista abaixo.

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E também no trailer, que publicamos aqui há um ano atrás…

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