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Álvaro Guillermo e o resumo de sua palestra sobre branding, economia criativa e arquitetura

Hoje foi um daqueles dias que fui para a faculdade com pouca vontade. Cheguei lá e ainda tava rolando babado dos alunos fazendo abaixo assinado e gongando o coordenador do curso, com razão. As últimas semanas do curso de Design de Interiores no Unisanta foram péssimas, diria que vergonhosas. Claro que eu xinguei muito no “tuirer” com educação, mas eles não respondem (oi? mídias sociais?).

Pois bem, depois de meia hora de chochadas, o coordenador pegou as folhas do abaixo assinado e pediu para não perdermos a palestra do Álvaro Guillermo. Ele tinha razão.

Guillermo começou falando sobre o cenário atual, citando a Apple e outras marcas. Hoje não interessa onde as coisas são fabricadas, mas sim onde as coisas são desenhadas. Geralmente o que consumimos é feito em países com péssimas condições de trabalho, mão de obra escrava, entre outras irregularidades. Onde se desenha é que estão as “riquezas” da economia criativa.

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Fez um paralelo com Santos e com o Brasil, deixando a pergunta: iremos mesmo vender gás e petróleo? A riqueza está só aí?

Disse que a Folha publicou recentemente uma matéria falando de economia criativa, e que essa economia criativa estará prioritariamente nos segmentos (nessa ordem) de arquitetura, design, moda e software.

Alvaro Guillermo na Unisanta

Mencionou que hoje os eventos que mais atraem pessoas de fora para São Paulo são a Fórmula 1 (sempre a primeira do ranking), Parada Gay e Salão do Automóvel, nessa ordem. E que dificilmente a F1 deixará de ser a primeira, São Paulo já está saturada. E cidades adjacentes como Santos estão preparadas e tem todo o potencial para se destacar dentro da economia criativa. Cidades como Santos podem ser as primeiras em termos de design.

Nas palavras dele: “Santos eh uma das poucas cidades já preparadas pra isso”.

Como referência citou os eventos que acontecem em Milão, Verona, Veneza. As pessoas vão pra Verona pra ver design. Milano Design Week só acontece porque alguém apostou nisso um dia.

Citou o caso dos Irmãos Campana. A cadeira Favela, uma das mais cobiçadas dos irmãos era vendida por R$ 600 no Brasil, com MUITA dificuldade.

Favela
Aí, o que aconteceu? Os italianos vieram para produzir a peça em massa, apostaram nas idéias. Hoje quem quiser uma poltrona Favela paga R$ 6000, e a maior parte dessa grana (royalties) fica na Itália.

Isso porque os italianos enxergam a brasilidade, o jeito de ser brasileiro. E citou Adalgisa Colombo e o emblemático Miss Universo.

Adalgisa Colombo foi colocada como referência do jeito de ser brasileiro. Pegou o 2º lugar do miss universo. Depois do desfile de vestido, chegou a hora de desfilar de maiô. Enquanto as concorrentes se maquiavam e passavam laquê, Adalgisa ficou de cara limpa. Questionada se não iria se maquiar, respondeu que nunca iria à praia de maiô maquiada (Alô você que passa base pra ir pra frente da Joinville, #fail). Respondeu que já estava arrumada – “vou na praia assim”. Então, se lambuzou de óleo Johnson, entrou sem maquiagem e foi aplaudida de pé.

Como curiosidade de arquitetura, citou que Tom Jobim desistiu da faculdade de arquitetura no 4º ano porque “um professor disse a ele que o projeto criado por ele não tinha composicão e faltava ritmo”.

Mostrou obras fantásticas de Bernardes Jacobsen, Isay Weinfeld, Janete Costa e Marcio Kogan (Casa em Angra dos Reis? Me convida? Quero ser sua BFF, Márcio!)

É isso, hoje foi muito bom. Queria sair da faculdade todo dia com essa sensação de aprendizado.

Ludmilla Rossi
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