Manguezal pede socorro: lixos encontrados nos mares santistas

Vilões dos mares.

É assim que muitos santistas imaginam os turistas que escolhem a Baixada Santista para curtir a temporada de calor. Afinal, basta passar pela orla no final do dia para encontrar uma enorme quantidade de latinhas, embalagens plásticas e outros lixos que são deixados para trás.

Mas, quando o período de férias acaba, os nossos mares ficam livres dessa sujeira?

Ao que tudo indica, não. Em todo o mundo, cerca de 8 milhões de toneladas de lixo plástico acabam no oceano anualmente. Não dá pra responsabilizar só os turistas. Quem vive com os pés na areia e ama o mar também tem culpa nessa história.

Aqui em Santos, por exemplo, os manguezais gritam por socorro. A suplica foi ouvida pelo pessoal do Instituto EcoFaxina que, desde 2008, trabalha para diminuir os rastros humanos deixados na natureza.

Lixos encontrados nos mares santistas

Parece difícil de acreditar, mas entre os resíduos retirados dos nossos mares estão aparelhos eletrônicos, móveis, sofás, remédios e tudo mais que, aparentemente, não serve mais para as famílias santistas no seu cotidiano.

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Isso reflete outra realidade inacreditável: o saneamento básico não é assim tão básico para todos que vivem por aqui; e para muitos que têm acesso a ele, ainda falta educação.

“Milhares de famílias que vivem em palafitas descartam seus resíduos no manguezal, juntamente com o esgoto. O mar se tornou uma densa sopa de plástico misturado ao esgoto em nossa região, muito frequentada por tartarugas marinhas e golfinhos”, comenta o presidente do Instituto EcoFaxina, William Rodriguez Schepis.

Ainda segundo Schepis, cerca de 90% do lixo recolhido por tratores na praia não vem dos navios que atracam no porto santista ou dos turistas, e sim são descartados por moradores nos canais da cidade ou nos mangues.

Vamos fazer uma faxina?

Arregaçar as mangas e promover a mudança.

É assim que o pessoal do EcoFaxina trabalha. Mensalmente, o grupo realiza ações de coleta de resíduos pelos manguezais da Baixada Santista e também em praias ou locais de preservação ambiental.

Em 80 faxinas, já retirou 42.365 quilos de lixo. E os voluntários encontraram desde embalagens plásticas, embalagens de leite, tampinhas de garrafas, brinquedos e fraldas, até seringas, remédios, pinos de cocaína, ou mesmo lixos maiores, como televisores, colchões e móveis.

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“Um dos nossos objetivos é mostrar a origem de toda essa poluição que afeta os ecossistemas marinhos da região, levar informação e conscientização e mostrar que nossos governantes precisam promover de mudanças estruturais para que mudarmos o quadro de calamidade ambiental em que se encontra o nosso estuário”, explica Schepis.

As ações voluntárias funcionam, ainda, como uma ferramenta de pesquisa e educação ambiental que, por meio da sensibilização e do trabalho em equipe, propiciam uma nova perspectiva do problema para quem os acompanha.

Que tal ser um voluntário do Instituto Ecofaxina?

Clica aí para assistir ao vídeo e veja como funcionam as ações. Depois, basta entrar em contato com eles lá no Facebook e se candidatar. Você também encontra outras informações no site da ONG.

Vale ressaltar que, por ser uma organização não governamental, o instituto vive de doações. Então você também pode ajudar sendo um contribuinte ao acessar esse link.