Texto porNathalia Ilovatte

Consumo consciente: empresas que não testam em animais

Quantas vezes você deu uma voltinha despretensiosa pelo Gonzaga e voltou para casa com algumas sacolas abarrotadas de produtos que até então você nem sabia que estava precisando? E quantos desses produtos você enfiou em um canto do armário e esqueceu que existiam por muitos meses?

Vamos admitir: o ato de comprar é prazeroso. Nossa cultura prega que progredir na vida é (também) ascender socialmente, e poder comprar quinquilharias de vitrines faz parte dessa ascensão. No fundo, a gente quer ser rhyca.
Mas se você está passando tanto calor quanto eu estou ao escrever esse post é porque tudo o que a gente faz tem impacto global. E comprar feito uma maluca sem pensar sobre o que é aquele produto, de onde ele veio, como veio e para onde vai costuma ter consequências desastrosas. “E aí você vai começar com aquele mimimi ecológico que tá na moda?”. Não exatamente. A ideia é buscar maneiras de nos tornamos consumidores mais conscientes e sustentáveis sem precisarmos virar ripongos.

 

Vamos por partes

Em 30 segundos de busca no Google é possível se perder entre tantas sugestões para minimizar o impacto das nossas ações. No fim, a impressão que dá é que o único jeito de não avacalhar com o planeta é mudar para Boraceia e fazer artesanato.

  

Então, para facilitar nossa vida, vamos dividir a missão chic-sustentável em etapas.

 

Etapa da vez: testes em animais

Alguns cosméticos de embalagem bonitinha são injetados em coelhinhos e ratinhos e analisados em feridas que ficam abertas até os coitados morrerem. Esses animais se reproduzem muito rápido e não vale a pena, para o laboratório, gastar dinheiro tratando um por um. E eu ouvi essa história de gente que trabalha na área, reflita.

Por isso, antes de comprar qualquer coisa, é bom verificar se o fabricante testa em animais. A lista negra de indústrias é extensa, mas é possível escapar de todas essas marcas e ser feliz.

Quem garante que rola é a Gabriela Toledo, presidente da ONG Projeto Esperança Animal. Sou fã da moça desde os tempos em que eu participava de manifestações contra o uso de peles na porta da Daslu e do SPFW e ela era a organizadora dos protestos. A Gabriela é designer, linda, inteligente, consciente e nem por isso anda por aí de cara lavada, saia de retalhos e chinelinho de couro. Aliás, ela não usa couro. “Não tenho marcas favoritas, escolho os produtos pelo material. Se não tiver couro, pele, lã ou seda, eu compro”, conta.

Ela não nasceu e cresceu com esses critérios, mas foi desenvolvendo nos últimos dez anos. “Comecei com uma pesquisa despretensiosa e fui me aprofundando no assunto até decidir mudar minha postura de compra”, diz. “Mas o único hábito de que abdiquei foi o consumo de carne. Uso shampoo, condicionador, maquiagem, esmalte… Tudo o que uma mulher gosta de usar, mas me preocupando em escolher as marcas que não testam em animais”.

Quer aderir à tendência mas não sabe como começar? Ela dá uma dica. “O que eu sempre digo para quem está começando a se preocupar com isso é que ande com uma listinha de empresas que NÃO testam em animais“, ensina. “E posso garantir que a lista é grande, viu?”.

Para produtos internacionais, veja a lista do PETA de empresas cruelty-free. Dá para imprimir em vários formatos.

Em Santos, é possível encontrar algumas das empresas que constam na lista do PEA, como Adcos, Koloss, Antídoto, Valmari, Dr. Tozzi e Mahogany.