Texto porLudmilla Rossi
Santos

Marleide Monteiro e sua história na Semana Global do Empreendedorismo no TIP

Como uma sergipana de Itabaiana escreve uma história de sucesso e de superação para fazer seu nome ser conhecido e respeitado? Essa é a Marleide Monteiro, que não apenas fez seu nome ficar conhecido regionalmente como o levou a outra esfera depois de ser aplaudida de pé pelo Jô Soares. Marleide é self-made-woman. E se a gente falar isso para ela, ela vai perguntar o que é. Ela não tem medo de perguntar e nem de contar que estudou apenas até a quarta série. Afirma que fala errado, pede desculpas. Mas nem precisa. Marleide não fala errado. Marleide fala o que a gente precisa ouvir.

Ela é uma boa personagem para qualquer livro de empreendedorismo. Mas melhor que ler a história dela em um livro ou assistir Marleide no Jô Soares pelo You Tube é tê-la ao vivo e interagir com a história pulsante que ela emana.

A empreendedora não tem receio nenhum em abrir suas verdades, seus números, sua humanidade. A doçura da doceira é um pleonasmo obrigatório para definir como é ouvir sua trajetória e ler sua personalidade.

Mas por que Marleide queria tanto que seu nome fosse conhecido? Por conta de uma história de vida dramática onde seu pai assassinou sua mãe, deixando cinco irmãos órfãos. O pai morreu anos depois e Marleide carregava o estigma de filha de um assassino. Raramente era chamada pelo seu nome.

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Quando cresceu, foi trabalhar em uma pizzaria lavando louça. O dono da pizzaria em Itabaiana falava muito de Santos, como “a terra para ganhar dinheiro”. Marleide ficou com isso na cabeça, nutrindo um sonho imenso de vir para cá. Repetia para si mesma: “um dia vou embora para Santos”.

Até que ela conheceu seu primeiro marido, que até hoje ela chama de “Amor”. Amor na época era mais velho que ela e estava procurando uma mulher para casar. Marleide ao saber que Amor tinha planos de mudar para Santos, foi logo arranjando seu primeiro casamento. Com apenas 17 anos disse que sabia cozinhar, lavar e passar. E assim Marleide e Amor vieram para Santos.

Parte da história a cidade já conhece. Marleide começou a fazer pequenos salgadinhos em casa e oferecia para as pessoas na rua degustarem, de graça. E aí já encontrou as primeiras barreiras: como alguém vai aceitar salgadinhos de uma desconhecida? Mas ela insistiu até conseguir os primeiros pedidos, depois comprou um carrinho de pastel (onde também aceitava encomendas para festas).

Começou a se envolver com alguns trabalhos voluntários, aumentou seu network, começou a fazer festas grandiosas até chegar na primeira loja.

Hoje Marleide conta com quase 50 pessoas em sua equipe e está expandindo seu modelo para franquias, com ajuda de Régis, seu segundo marido. Um detalhe curioso é que Amor é funcionário de Marleide. E a mulher atual de Amor, também é.

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Depois e muitas risadas e interação (com direito a aplausos de pé) Marleide tirou fotos e ofereceu a todos brigadeiros da Madame Doce ateliê, marca que está sendo desenvolvida por sua filha Chayene.

Foi uma noite maravilhosa, abrindo a Semana Global do Empreendedorismo 2013 no TIP com muito entusiasmo.
Algumas lições que a Marleide Monteiro nos deu:

  • “É melhor arriscar do que ficar pensando”
  • “Nada foi fácil, mas nada foi difícil”
  • “Não acho que é a religião que faz as coisas, mas Deus manda sinais”, falando de sua intuição
  • “Quando o cliente me chamou eu sabia que era um elogio, e não uma reclamação” – sobre a primeira festa que fez
  • “Sou muito grata a tudo que essa cidade me deu” – falando de Santos
  • “A primeira coisa que fiz quando ganhei o primeiro dinheiro foi bordar meu nome num pano de prato”.

Apenas apaixonada pela história da Marleide! Orgulho caiçara!

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